A Crise do Encilhamento

A Crise do Encilhamento aconteceu no Brasil entre o final da Monarquia e o início da República, tendo o seu apogeu durante o governo provisório do proclamador da república, Marechal Deodoro da Fonseca. Ela acarretou em uma bolha econômica que se transformou em uma grande crise financeira.

Na época, os Ministros da Fazenda, Visconde de Ouro Preto e Rui Barbosa, tentaram adotar uma política que tinha como base liberar crédito para os investimentos industriais que se garantiam pelo excesso de emissão monetária, para desta forma estimular ainda mais a industrialização do país. Porém, a forma como esse processo foi organizado resultou em uma especulação financeira desenfreada e uma alta taxa de inflação, causadas pelos olhos desconfiados de determinadas práticas existentes no mercado econômico.

A Crise do Encilhamento

Rui Barbosa, ministro da fazenda na época da crise. | Imagem: Reprodução

Os erros do ministério de Rui Barbosa

Tentar conseguir que as indústrias do país crescessem parecia realmente ser algo muito difícil, pois eram várias as dificuldades existentes para que esse setor do país conseguisse alavancar de uma vez, dando adeus a uma crise que parecia prestes a piorar cada vez mais. Uma grande dificuldade existente era a falta de papel moeda na economia, que deveria ser usada para pagar o salário dos funcionários, além de obtenção de um número maior de empréstimos, para que essas empresas pudessem investir mais.

Focando nesses aspectos, Rui Barbosa tomou a decisão de facilitar o acesso ao crédito, além de incentivar os bancos privados a criarem cédulas de dinheiro. Uma de suas primeiras medidas foi conceder mais facilidade a criação de sociedades anônimas, imaginando que com essa atitude estaria incentivando o setor financeiro  a investir em ações negociadas na bolsa de valores. Para valorizar o produto interno ele criou novas taxas alfandegárias que impediam os produtos de origem estrangeira a entrar no Brasil, dando assim, total apoio ao desenvolvimento da economia interna.

Ao contrário do que se esperava, esse modernização da política causada por Rui Barbosa acabou gerando uma enorme crise especulativa, além disso uma enorme onda inflacionária se abateu devido ao excessivo número de moeda sem lastro que foi emitida, isso deixou a moeda desvalorizada, provocando a falência de muitos empreendimentos industriais.

A política de Rui Barbosa foi algo realmente desastroso para a economia brasileira, e essa crise gerou  uma grande insatisfação por parte dos cafeicultores, que não apoiavam o desenvolvimento do setor industrial, querendo que todo e qualquer investimento existente fosse liberado apenas pra eles.

Consequências

O encilhamento não conseguiu atingir seus objetivos, que era o de criar um ambiente propício a realocar a poupança interna assim como dos investimentos externos do país, porém, muitos interesses privados acabaram falando mais alto que o interesse público, o que resultou em um aumento estrondoso da dívida pública e a estagnação da economia, além da falência generalizada de várias empresas e uma certa desconfiança de investidores em relação ao mercado. Se baseando em todas essas informações, podemos caracterizar três razões para citar como principais responsáveis por esse fracasso:

  • A Escolha de políticos que tivessem o interesse no estado, e não interesses pessoais que se sobrepusesse ao interesse geral;
  • A falta de uma visão mais ampla, que contribuísse para que erros fossem corrigidos e o processo fosse ajustado, coordenado de maneira perfeita para ter um bom  andamento;
  • O deslumbre quando se tratava da possibilidade de enriquecimento pessoal, seja ele em setores da economia ou de pequenos especuladores, que se prejudicaram e deixaram a bolha aumentar ainda mais.

Os diversos problemas provocados em decorrência da errada política do Ministro da Fazenda Rui Barbosa foi resolvido parcialmente no governo de Campos Sales, quando ele controlou a emissão de moeda e do estímulo ao crescimento industrial do país. Rui Barbosa permaneceu no cargo de ministro da fazendo até o dia 20 de janeiro de 1891, o que significam 14 meses, tempo suficiente para a bolha crescer bastante.