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Acordo Ortográfico é importante, mas não é prioridade, segundo CPLP

Murade Murargy, secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), ressalta a importância do idioma e da cooperação entre os países, no entanto, acredita que não podemos ficar apenas agarrados à nostalgia da língua.

Para a próxima década, a CPLP deve traçar políticas cooperativas entre os países nas áreas de educação, agricultura, energia e turismo. Murargy também afirma que difundir, promover e internacionalizar a língua portuguesa é obrigação da organização.

Acordo Ortográfico ainda gera polêmicas

Após um período de adaptação de seis anos, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa passou a valer oficialmente em 2016. No entanto, a decisão, que padroniza a ortografia em sete países da língua portuguesa, ainda gera polêmicas.

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Foto: depositphotos

Segundo o secretário da CPLP , existem muitos intelectuais que não aplicam o acordo ortográfico, pois acham que não traz nenhuma vantagem. Murargy afirma que não há uma unanimidade sobre se valeu a pena a quantidade de dinheiro gasto.

Uma das implicações financeiras da aplicação do acordo são as alterações dos manuais escolares. Principalmente nos países africanos, não há capacidade financeira para mandar alterar tudo. Murargy também ressaltou que seguir o novo acordo não é prioridade, mas que Comunidade dos Países de Língua Portuguesa deve se concentrar no que é fundamental para permitir o desenvolvimento dos países-membros.

Para ele, não é preocupante se o acordo ortográfico está sendo aplicado, o importante é que as pessoas possam compreendê-lo.

A visibilidade da CPLP

O secretário acredita que a organização está cada vez mais visível no contexto internacional. Ele esteve em Brasília no fim de outubro por ocasião da 11ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

De acordo com Murargy, os países observadores olham para os membros da CPLP e veem a sua importância no cenário internacional, o potencial econômico e os recursos naturais que têm. Ele afirma que os países observadores querem ter acesso às negociações sobre comércio e investimento, e todos querem aprender português, sobretudo por causa dos países africanos.

Murargy também afirma que os países-membros da CPLP devem redefinir os objetivos da organização, levando em consideração o seu potencial econômico e seus recursos naturais. Ele destacou que os países-membros têm uma capacidade enérgica muito forte e o maior dos desafios está na área da educação e do desenvolvimento humano.

Sobre o autor

Formada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas) pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), com certificado DELE (Diploma de Español como Lengua Extranjera), outorgado pelo Instituto Cervantes. Produz conteúdo web, abrangendo diversos temas, e realiza trabalhos de tradução e versão em Português-Espanhol.