Ambiente estuarino

Estuário é o nome que recebe uma massa de água costeira semifechada com uma ligação livre com o mar aberto, sendo a transição entre um rio e um mar. Também conhecidos como manguezais, os estuários são muito afetados pela ação das marés. A água doce, nessa região, mistura-se com a água salgada: em outras palavras, trata-se de uma área de transição ou ecótones entre os habitats de água doce e marinhos.

Esse ambiente é bastante importante, pois é muito produtivo, mas tem seus parâmetros populacionais – crescimento, mortalidade e recrutamento -, ou seja, a distribuição espaço-temporal dessa comunidade, afetados por tempestades e correntes aquáticas.

Características

O ambiente apresenta características físicas e biológicas bastante exclusivas, como a salinidade, densidade da água, temperatura, fauna e flora bastante peculiares. O ambiente apresenta lama em grandes quantidades, e isso influi nas espécies que vivem no local. A vegetação é predominantemente de halófitas, que são as que vivem em condições salinas, e recebem o nome de mangues.

Diversas espécies como ostras e caranguejos passam a sua vida toda nesse ambiente, mas existem algumas que, em contrapartida, passam somente a fase inicial de vida, podendo encontrar muitos recursos como alimentos e abrigo contra predadores. Outros animais são apenas “visitantes”, que chegam ao ambiente durante a maré alta – como peixes e crustáceos – ou durante a maré baixa – como aves, répteis e alguns pequenos mamíferos.

Ambiente estuarino

Foto: Reprodução

Animais e características

Graças às condições variáveis que afetam o ambiente, como citamos no tópico anterior, fica difícil estudar a composição, a distribuição e a variabilidade dos animais estuarinos. Mas entre os animais que podemos citar que vivem na região, encontramos a Neritina virgínea, que é um gastrópodo da família Neritidae. Essa família apresenta aproximadamente 50 espécies de caramujos que, de forma predominante, vivem em ambiente marinho e são bastante adaptados ao ambiente estuarino.

Justamente por essas condições, os animais precisam possuir adaptações fisiológicas, resistindo à cada uma das alterações. Esses caramujos, por exemplo, fertilizam-se por meio da cópula e tem o desenvolvimento parcial no interior de cápsulas que carregam um número variável de ovos.

Esse animal é um escavador e se alimenta das partículas depositadas nos vegetais ou entre sedimentos. São resistentes às variações de salinidade e temperatura, e carregam em sua história um importante papel na natureza: a reciclagem dos nutrientes como o nitrogênio, pois atua no material vegetal em decomposição.