A radioterapia é um método de tratamento para pessoas acometidas de câncer. A finalidade do tratamento inclui a eliminação completa da doença, prolongamento da sobrevida e controle do crescimento das células cancerosas, ou alívio dos sintomas associados ao processo canceroso.
Além da radioterapia, também podem ser empregadas outras modalidades de tratamento, como a cirurgia e a quimioterapia. Graças aos avanços científicos na área da física, a radioterapia vem crescendo com sucesso.
Radioterapia: como é?
Esse tratamento se dá através da radiação ionizante. Radiação é a propagação de energia através do espaço ou da matéria, sendo normalmente dividida em dois grupos: radiação corpuscular e radiação eletromagnética (ionizantes). Prótons, nêutrons, elétrons, deuterons e alfas (partículas subatômicas), quando possuem alta velocidade, formam feixes de radiação corpuscular.
Já as radiações eletromagnéticas não possuem massa, sendo enquadradas como radiações eletromagnéticas todas as radiações que possuem oscilações elétricas e magnéticas. Um grande exemplo de uso da radiação em benefício do ser humano são os tubos de raio X. O raios X é produzido toda vez que uma substância é bombardeada com elétrons de grande velocidade.
Todos os tubos de raios X consistem em um cátodo e um ânodo, colocados dentro de uma ampola de vidro na qual é feito vácuo. O cátodo consiste em um filamento helicoidal de tungstênio (W), que tem alto ponto de fusão (acima de 3.300°C). Quando o filamento é aquecido elétrons são liberados termoionicamente e acelerados em direção ao ânodo por meio de uma diferença de potencial entre o filamento (-) e o ânodo (+), constituindo uma corrente eletrônica.
Estes elétrons acelerados ao colidirem com o ânodo, que também é conhecido por “alvo”, têm parte da sua energia convertida em raios X. Estes raios X são emitidos do alvo em todas as direções. Devido a este fato, uma carapaça metálica envolve a ampola, blindando esta radiação, deixando passar apenas uma parte que será utilizada nos tratamentos radioterápicos, chamada de “feixe útil“.
Este é obtido por meio de um diafragma, essencialmente um buraco em uma placa metálica por onde passa a radiação. Deste modo, a radioterapia consiste em destruir ou impedir que determinadas células tumorais proliferem, podendo ser combinado com o tratamento quimioterápico também.
Tipo de radiação
As radiações podem ser de diversos níveis ou tipos:
- Do tipo raios X (superficial) através da terapia superficial.
- Raios X (ortovoltagem) através da terapia semi profunda.
- Raios gama através da teleterapia profunda.
- Raios X de alta energia e elétrons através da teleterapia profunda.
- Raios gama e/ou beta através da braquiterapia.
Na braquiterapia, o órgão alvo do tratamento é colocado a uma curta distância do material radioativo, de modo próximo à lesão tumoral. Também pode ser denominada de radioterapia interna, pois pode envolver um implante radioativo, uma solução líquida ou injeção.
Apesar de ser um tratamento indolor, o procedimento pode causar algum desconforto leve. Através da radiação ionizante, as ondas eletromagnéticas possuem energia suficiente para alterar a estrutura de um determinado alvo, por intermédio da retirada de elétrons de seus átomos. Tal processo leva a morte da célula devido às alterações internas da mesma.
Radioterapia X Quimioterapia
A quimioterapia é um tratamento onde se utiliza medicamentos via oral ou venosa, que atinge o corpo inteiro do paciente. A radioterapia é um tipo de tratamento mais específico e local, de acordo com determinada região do corpo que necessite de cuidados.
Pode-se dizer que a radioterapia é uma técnica menos tóxica, não provoca queda de cabelo, mas pode provocar algum tipo de reação na pele por onde o feixe da radiação atravessou, como ardor, vermelhidão ou escurecimento da pele.
Dependendo do local da radiação, se for no abdome por exemplo, o paciente pode ter diarreia, pois os feixes radioativos acabam atingindo o intestino, além de possíveis náuseas.
» JR, Eduardo Schünemann et al. Radioterapia e quimioterapia no tratamento do câncer durante a gestação-revisão de literatura. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 53, n. 1, p. 41-46, 2007.
» FRANZI, Sergio Altino; SILVA, Patrícia Gislene. Avaliação da qualidade de vida em pacientes submetidos à quimioterapia ambulatorial no Hospital Heliópolis. Revista brasileira de cancerologia, v. 49, n. 3, p. 153-158, 2003.