Afonso Henrique de Lima Barreto foi um escritor e jornalista brasileiro. Era carioca, nascido em 13 de maio de 1881. Aos sete anos perdeu a mãe e logo depois o pai foi trabalhar em um almoxarifado. Morreu na cidade do Rio de Janeiro no dia 1 de novembro de 1922.
A vida
O jornalista viveu uma vida solitária e entregue ao álcool. Foi internado duas vezes com problemas sérios de alcoolismo na Colônia de Alienados na Praia Vermelha, por causa das alucinações que tinha ao beber.
Carreira profissional
Terminou o curso secundário na Escola politécnica, porém teve que deixar para trás a faculdade de engenharia, pelo motivo de seu pai estar internado, por estar louco. O autor, então, assumiu como “homem da casa” e teve que trabalhar para pagar as contas.
No segundo grau, pegou gosto pela leitura, então, com uma ótima escrita iniciou a vida no jornalismo. Na época prestou serviço para Brás Cubas, Fon-Fon, Careta etc. Mas a vida jornalística não dava para viver, então procurou um segundo emprego como escrevente na Secretaria de Guera, aonde chegou a se aposentar em 1918.
Como autor, escreveu romances, sátiras, contos, reportagens e até críticas. Tem como principais obras: Recordações do escrivão Isaías Caminha, Triste Fim de Policarpo Quaresma. Em seus trabalhos abordava principalmente injustiças sociais, com críticas ao regime político da República Velha. O autor possuía estilo despojado, coloquial e fluente. As obras foram reconhecidas apenas após sua morte.
O Triste fim de Policarpo Quaresma
Em “O Triste fim de Policarpo Quaresma”, o autor relata a vida de um funcionário público e é tido como a principal obra. Dentre os desejos absurdos desta personagem, está o de solucionar problemas com os pais e o de oficializar o tupi como língua brasileira.
Trecho do livro
Trecho de “O Triste fim de Policarpo Quaresma”: “Demais, Senhores Congressistas, o tupi-guarani, língua originalíssima, aglutinante, é verdade, mas a que o polissintetismo dá múltiplas feições de riqueza, é a única capaz de traduzir as nossas belezas, de pôr-nos em relação com a nossa natureza e adaptar-se perfeitamente aos nossos órgãos vocais e cerebrais, por sua criação de povos que aqui viveram e ainda vivem, portanto possuidores da organização fisiológica e psicológica pare que tendemos, evitando-se dessa forma as estéreis controvérsias gramaticais, oriundas de uma difícil adaptação de uma língua de outra região à nossa organização cerebral e ao nosso aparelho vocal – controvérsias que tanto empecem o progresso da nossa cultura literária, científica e filosófica.”