Biografia e obras de Casimiro de Abreu

Assim como Olavo Bilac e Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu é um grande expoente da poesia brasileira. Mas o poeta, considerado por muitos pertencente a Segunda Geração do Romantismo, não conseguiu tão facilmente colocar em prática o dom que tinha com as palavras. Casimiro José Marques de Abreu nasceu no dia 04 de janeiro de 1839, em Barra de São João, no estado do Rio de Janeiro. Filho único de um rico comerciante português, José Joaquim Marques de Abreu, e de uma brasileira, Luiza Joaquina Neves, o poeta demonstrava desde pequeno a aptidão que tinha pelas palavras.

Biografia e obras de Casimiro de Abreu

Foto: Reprodução

O pai de Casimiro não aprovava o interesse que o filho demonstrava pela literatura e desejava que ele perdesse as tendências literárias o mais rápido possível. Foi com essa intenção que o jovem poeta foi mandado para Portugal, mais especificamente Lisboa, aos 16 anos afim de que lá mudasse de interesses.

No entanto foi lá, no país primo do Brasil, que a vida literária de Casimiro de Abreu realmente começou. Foi lá também que ele escreveu a maior parte dos poemas que constam no livro “Primaveras”, uma coleção de poesia sentimentais, e toda a peça teatral “Camões e Jau”, que ganhou uma encenação em 1856, em Lisboa, e foi muito aplaudida pela imprensa portuguesa.

Foi em Portugal que ele escreveu a maioria dos seus poemas, na verdade, pois quando voltou ao Brasil, em 1857, a saúde dele estava bastante abalada e ele teve que repousar na fazenda da família. Após o período de descanso Casimiro teve que voltar para o comércio do pai mesmo contra a própria vontade. Seguiu-se um período de pouca poesia e muita melancolia na vida do rapaz que queria ser poeta, mas tinha que viver como comerciante.

Em outubro de 1860 Casimiro de Abreu não resiste a tuberculose e morre, na cidade de Nova Friburgo, Rio de Janeiro.

Casimiro é patrono da cadeira nº 6 da Academia Brasileira de Letras – ABL, e é autor do poema “Meus oito anos” um dos poemas mais populares da língua portuguesa, que fala sobre a saudade da infância e das coisas comuns que fazem parte dela.

O poeta escreveu pouco ao longo da sua curta vida, mas a sua poesia vive até nos dias atuais, por conter temas atemporais como as tristezas da vida, a saudade da pátria e o amor.

Confira um trecho do poema Meus Oito Anos

Oh! que saudades que tenho

Da aurora de minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

A sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!

[…]