Bolsista brasileira é a primeira premiada em trabalho na Itália

Ex-bolsista de doutorado pleno no exterior, a brasileira Aline Beltrame de Moura recebeu, em junho último, o prêmio Riccardo Monaco, concedido à melhor tese de doutorado defendida na Itália na área de direito internacional. Aline é a primeira estrangeira a receber o prêmio naquele país.

O trabalho da pesquisadora, defendido em Milão, em fevereiro de 2014, contém uma análise da cidadania sob a perspectiva do direito internacional da União Europeia e do Mercosul. “O objetivo principal do trabalho é analisar a possibilidade de estabelecimento de uma cidadania regional no âmbito do Mercosul inspirada no modelo europeu, haja vista a assinatura do Plano de Ação para a Criação da Cidadania do Mercosul até 2021”, explica.

Aline destaca a importância de ter realizado o trabalho no exterior. “Teria sido impossível realizar a pesquisa sem ter o acesso à bibliografia estrangeira, encontrada com facilidade nas bibliotecas europeias, e sem o contato com renomados professores da área, que em muito enriqueceram a pesquisa”, diz. “A Università degli Studi di Milano tem um excelente acervo e é uma referência na área do direito internacional.”

Bolsista brasileira é a primeira premiada em trabalho na Itália

Foto: Pixabay

O prêmio Riccardo Monaco é entregue anualmente pela Sociedade Italiana de Direto Internacional. “Realmente, não imaginava que poderia ganhar o prêmio, ainda mais por ter escrito a tese em italiano e ser estrangeira”, diz Aline. “É um reconhecimento de todo o trabalho que desenvolvi nos últimos anos, antes mesmo do doutorado.”

De acordo com Aline, o tema da pesquisa foi amadurecendo com ela desde a época da graduação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e, depois, durante o mestrado, na mesma instituição, período em que foi orientada pelo professor Arno Dal Ri Júnior e no qual teve o auxílio da bolsa de estudos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação. “Teria sido impossível realizar o doutorado na Itália sem o apoio financeiro da Capes”, afirma. “Agradeço pela oportunidade de ter sido bolsista de doutorado pleno do exterior de 2010 a 2014.”

Retorno — De volta ao Brasil, a pesquisadora salienta que o investimento realizado pelo governo na sua formação é agora repassado à educação do país. “Além de poder transmitir o conhecimento da matéria em forma de conteúdo em sala de aula, acredito ser muito importante que o magistério seja, na medida do possível, um referencial positivo para os alunos, no sentido de que um trabalho feito com dedicação e perseverança acabe refletindo seu esforço, mesmo que de modo inesperado, como foi este prêmio”, diz.

Aline trabalha como professora na UFSC e na Faculdade Cesusc, em Florianópolis. “Voltar à UFSC, agora como professora, é ao mesmo tempo uma grande responsabilidade e alegria, pois tenho a possibilidade de contribuir e agradecer pelos anos de formação que tive nesta instituição, que sempre será a minha casa”, destaca.

O programa de doutorado pleno no exterior da Capes contempla diversas áreas do conhecimento e destina-se a candidatos de elevado desempenho acadêmico. A oferta de bolsas é uma alternativa complementar às possibilidades abertas pelo conjunto dos programas de pós-graduação no Brasil e permite ampliar o nível de colaboração e de publicações conjuntas entre pesquisadores que atuam no Brasil e no exterior para dar visibilidade internacional à produção científica, tecnológica e cultural brasileira e ampliar o acesso de pesquisadores brasileiros a centros internacionais de excelência.

*Do Portal do MEC