Canguru: confira curiosidades e tudo sobre o seu habitat

Os cangurus despertam a curiosidade de milhares de pessoas. Um dos principais motivos é o fato de ser um animal quase que exclusivo da Austrália e da Papua Nova Guiné, onde podemos considerar como sendo “A terra do canguru”.

Encontrá-los em outras regiões do planeta Terra somente em zoológicos ou em exposições. São animais mamíferos, do grupo dos marsupiais, herbívoros, de cauda longa, olhos grandes, velozes e saltadores, por isso, suas pernas são fortes e resistentes. Os filhotes de canguru nascem incompletos, ou seja, sem pelos e cegos, após uma gestação de uma ou duas semanas.

Características do canguru

Segundo a bióloga, Karlla Patrícia, doutora em Zoologia pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e autora do blog ‘Diário de Biologia’, os cangurus são animais da família macropodidae (que significa “pés grandes”) cuja característica é terem as pernas traseiras maiores que as dianteiras.

Uma característica dos cangurus é terem as pernas traseiras maiores que as dianteiras, como pode ser observado na foto (Foto: depositphotos)

Além disso, as fêmeas da espécie possuem uma espécie de bolsa de pele cientificamente chamada de marsúpio e popularmente conhecida como uma bolsa que serve para transportar os seus filhotes. O canguru, a cuíca, o gambá, o coala e o diabo-da-tasmânia, são exemplos de marsupiais.

Essa bolsa é extremamente importante para o desenvolvimento dos cangurus bebês, como explica a biológa Karlla Patrícia em seu blog: “os marsupiais não possuem uma placenta verdadeira capaz de fornecer nutrientes para os seus filhotes, as gestações duram em torno de quatro semanas e então o filhote emerge de um canal de nascimento e rasteja se agarrando aos pelos da mãe até chegar na bolsa”.

A especialista ressalta que ao chegar no marsúpio, “ele ainda tem uma aparência de embrião, porém, possuem as patinhas dianteiras bem desenvolvidas que ajudam neste processo, são muito delicados, pesam menos que 1 grama. Uma vez dentro da bolsa, ele se prende ao mamilo e fica ali, sugando o leite constantemente. Ele permanecerá por lá durante vários meses até que esteja completamente formado e possa se deslocar sozinho”.

Classe dos marsupiais

O reino animal, em especial a classe dos animais mamíferos, é dividida em três subclasses: Allotheria (já extintos), Prototheria e Theria. Esta última se divide nas infraclasses Methateria (marsupiais) e Eutheria (placentários).

O termo Marsupial faz referência à presença de uma “bolsa” situada na região inguinal chamada de marsúpio, local onde os recém-nascidos completam seu desenvolvimento embrionário. No entanto, nem todos os marsupiais possuem marsúpio, mas esta estrutura é um dos elementos característicos desse grupo.

É no marsúpio que os bebês cangurus se desenvolvem (Foto: depositphotos)

Os marsupiais são mamíferos de constituição primitiva com pequeno cérebro, crânio alongado anteriormente e substituição dentária restrita ao terceiro pré-molar, o que lhes distingue dos placentários. Os marsupiais, como gambás, coalas e cangurus, são taxonomicamente menos diversos do que os placentários.

Os marsupiais evoluíram de forma a ocupar os mais variados nichos, indo desde os pequenos comedores de insetos, passando pelo nicho dos grandes carnívoros e avançando em direção ao nicho ocupado pelos roedores. Algumas características e comportamentos são muito similares ao de alguns placentários. Ainda que o canguru seja muito diferente de um antílope ou cervo, por exemplo, ele vive de forma muito semelhante a eles.

Quando surgiram?

Os cangurus surgiram no início do Mioceno e alcançaram grande porte no Pleistoceno. Esses animais mais primitivos forrageavam pastagens onde utilizavam suas mandíbulas poderosas para triturar gramíneas e folhas. Seu crânio era mais alto e curto, quando comparado aos cangurus modernos.

O canguru começou a se diversificar na Austrália, há milhões de anos, a partir de espécies de marsupiais que viveram na América do Sul. Essa hipótese sustenta a ideia de que os marsupiais brasileiros (cuíca, gambá e catita) formam o ramo mais antigo desse grupo de animais ainda com representantes vivos. As linhagens que viveram na Europa ou na Ásia se extinguiram (apenas uma vive nos Estados Unidos e Canadá), restando apenas as da América do Sul, Austrália e Nova Guiné.

O Procoptodon, o canguru-de-rosto-curto do Pleistoceno, se movia em rápidos saltos como fazem os cangurus atuais. Um modo eficiente de locomoção que permite alcançar velocidades entre 44 e 55 km/h em curtas distâncias.

Procoptodon, canguru já extinto (Foto: depositphotos)

Habitat, alimentação e porte

O canguru vive nas planícies australianas e africanas. Sua dieta consiste basicamente de vegetais e frutas disponíveis em seu habitat natural. Uma das coisas que mais chama a atenção nesse animal é o seu modo de locomoção, pois ele salta ao invés de andar com as quatro patas, como a maioria dos animais selvagens. Podem chegar a pesar até 90 kg e medir 1,60 metros de altura.

Por não serem animais domésticos, eles são bem ariscos na presença de humanos. Por isso, são observados geralmente de longe por estudiosos e turistas ávidos em ver mais de perto esse animal tão curioso, esperto e bonito.

O meio de locomoção dos cangurus são os saltos (Foto: depositphotos)

Principais espécies de cangurus

Existem muitas espécies de cangurus, as mais conhecidas são:

• Canguru vermelho (Macropus rufus)
• Canguru cinza oriental (Macropus giganteus)
• Canguru cinza ocidental (Macropus fuliginosus)
• Canguru antilopíneo (Macropus antilopinus)

Canguru vermelho

O canguru vermelho pode medir até 2 metros de altura (Foto: depositphotos)

O canguru vermelho é um grande mamífero herbívoro terrestre, muito encontrado em ambientes de savana e pastagens. É o maior de todos os cangurus e consequentemente, o maior mamífero nativo da Austrália. Em pé, ele pode chegar a medir aproximadamente 2 metros de altura, contudo, a fêmea pode ser até um terço menor.

Esse tipo de canguru é encontrado movimentando-se lentamente em pastos, em contrapartida, em situações de fuga, pode chegar a alcançar saltos de 10 metros de altura.

É um mamífero herbívoro, apresentando uma dieta bem variada, como ervas, folhas, frutos, brotos, raízes e cascas de árvores.

Atualmente, é um animal ameaçado de extinção. Muitos caçadores vendem sua carne e pele, além de serem vistos como animais que “atrapalham” a criação de carneiros, pois consomem boa parte das pastagens que é destinada a alimentação desses seres vivos.

Canguru cinza oriental

O canguru cinza oriental é assim chamado por ser encontrado na Austrália Oriental (Foto: depositphotos)

O canguru cinza oriental recebe esse nome devido a sua distribuição geográfica. São encontrados em regiões de floresta na Austrália Oriental. Como todo canguru, também é um mamífero herbívoro. Contudo, essa espécie possui como característica escavar algumas plantas para se alimentar de suas raízes.

Eles vivem em média 18 anos. Os machos medem aproximadamente 1,60 metros de altura e as fêmeas, 1,50 metros. Podem atingir a velocidade de 50 km/h. Não é considerada uma espécie ameaçada de extinção.

Canguru cinza ocidental

O canguru cinza ocidental tem pelagem cinza e grossa (Foto: depositphotos)

O canguru cinza ocidental é frequentemente encontrado em toda região sul da Austrália e, em menor quantidade, ao norte do país. É muito conhecido pelos australianos aborígenes.

Ele alimenta-se de uma grande variedade de ervas, porém, também ingere folhas de pequenas árvores e arbustos. É uma espécie de hábitos diurnos, apresentando uma pelagem cinza e grossa.

Canguru antilopíneo

O canguru antilopíneo vive em bandos (Foto: depositphotos)

O canguru antilopíneo é muito encontrado vivendo em bandos de até 30 animais. Pode ser visto em campos, savanas, florestas e bosques. São bem adaptados para áreas úmidas, de clima tropical. O aumento da temperatura global pode ser extremamente prejudicial para esta espécie.

Curiosidades