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Ciclo lisogênico

Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, por não apresentarem estrutura celular, como hialoplasma e ribossomos, eles não possuem metabolismo próprio e dependem completamente da maquinaria bioquímica de células vivas para o desenvolvimento e reprodução.

A reprodução dos vírus pode ocorrer por meio de dois ciclos reprodutivos: o ciclo lisogênico e o ciclo lítico. Neste artigo, abordaremos apenas o primeiro ciclo, o lisogênico.

Ciclo lisogênico

Foto: Reprodução

ciclo-lisogenico

Como ocorre o ciclo lisogênico?

O ciclo lisogênico foi descoberto pelo médico e biólogo francês Andre Michael Lwoff nos seus estudos com bacteriófagos, que são um tipo de vírus que infecta e destroi bactérias. As suas pesquisas sobre a atividade celular renderam ao Lwoff o prêmio de Fisiologia ou Medicina no ano de 1965.

No ciclo lisogênico, o vírus que invadiu a célula hospedeira (ou a bactéria) insere o seu material genético na mesma, onde o DNA viral incorpora-se ao DNA da célula infectada. Desta forma, o DNA do vírus torna-se parte do DNA da célula infectada. Neste processo, a presença do vírus não interfere no mecanismo celular, isto é, toda a sua atividade, do metabolismo até a reprodução e ciclo celular, ocorre de maneira normal, assim como em uma célula saudável.

No processo de divisão celular, o material genético da célula hospedeira junto com o material genético que foi incorporado, sofrem duplicação e em seguida são divididos igualmente entre as células-filhas. Ou seja, quando a célula hospedeira passa por divisões mitóticas, ela passa às células-filhas não apenas o seu genoma, mas também o material genético do vírus que a infectou.

Uma vez infectada, uma célula transmitirá o parasita sempre que passar por mitose; o vírus se multiplica e contamina novas células do organismo vivo, retomando o seu ciclo.

O ciclo lisogênico e algumas doenças

É por causa deste tipo de reprodução viral que os sintomas de algumas doenças demoram muito tempo para se manifestarem no organismo e tendem a ser incuráveis.

Alguns exemplos destas doenças incluem a AIDS e herpes: a célula continua desempenhando as suas funções enquanto o vírus está no ciclo lisogênico e, por isso, o aparecimento de qualquer sintoma ou sinal da doença se torna extremamente difícil.

Os sinais das doenças são possíveis de serem detectados apenas quando o vírus atinge o ciclo lítico.

Sobre o autor

Formada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas) pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), com certificado DELE (Diploma de Español como Lengua Extranjera), outorgado pelo Instituto Cervantes. Produz conteúdo web, abrangendo diversos temas, e realiza trabalhos de tradução e versão em Português-Espanhol.