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Cultura de Massa

O que é cultura?

Meio pelo qual os indivíduos estruturam suas vidas materialespiritual e suas relações sociais, edificando a denominada cultura. Não há cultura singular, e sim culturas, múltiplas e variáveis, oriundas da diversidade dos modos de ser e viver das coletividades humanas.

Tipos de cultura

-Na Grécia antiga (berço da civilização) o significado de cultura era inerente à formação do cidadão, a denominada paideia – conhecimento da vida em comunidade.

-Na linguagem dos biólogos expressa à criação de certas espécies de animais;

-Na linguagem cotidiana é sinônimo de formação intelectual, acesso a bons livros, domínio de várias línguas (poliglota), frequência a ambientes rebuscados das altas castas eruditas da sociedade, expressão correta da língua nata (ausência de gírias e
palavras de baixo calão).

Existem três ideias acerca das acepções da cultura constituinte das infinitas manifestações humanas, são consideradas por historiadores, sociólogos e antropólogos como maneiras de vida transmitidas de geração para geração formantes de uma
sociedade.

  • Desenvolvimento;
  • Formação;
  • Realização.
Cultura é a resposta dada pelos grupos humanos ao desafio da existência, por meio do conhecimento

Foto: depositphotos

A cultura elenca crenças, artes, normas, condutas, hábitos, símbolos, valores agregadores do processo evolutivo do homem e seus pares no meio em que vive. Nessa linha de raciocínio, os humanos agem em grupos desde a pré-história até nossos dias buscando explicações para suas origens e para a vida.

Na história da civilização há também a divisão entre os mundos do oriente e ocidente, cada um com suas próprias características sobre a formação de sua nação.

Cultura ocidental ou cultura oriental?

Ambas mostram a união de pessoas com características em comum, língua em comum, religião em comum, formalizando uma
instituição identificatória social.

Numa análise filosófica cultura é a resposta dada pelos grupos humanos ao desafio da existência, por meio do conhecimento, das paixões, das dúvidas, das ações, da razão, e outros.

A cultura é duradoura embora os indivíduos que compõem um determinado grupo
desapareçam. No entanto, a cultura também se modifica conforme mudam as normas e
entendimentos. Quase se pode dizer que a cultura vive nas mentes das pessoas que as
possuem. Mas as pessoas não nascem com ela; adquirem-na à medida que crescem”.

(Homens pré-históricos, p. 41-42.)

Há também, a análise da cultura, cuja função, seria suprir os interesses econômicos determinantes da sociedade contemporânea, trata-se da indústria cultural. A origem desta terminologia é de 1906 impresso pela primeira vez na história pelo filósofo
alemão Theodor Adorno.

A arte e os bens culturais estão submetidos, com frequência, aos interesses do capitalismo contemporâneo e, quando isso ocorre, não passam de negócios, como qualquer outro produto de mercado”.

(Adorno, Theodor)

A indústria cultural não está preocupada com a criação de condições para que a maioria das pessoas possa receber manifestações artísticas – rádio, televisão, cinema, música, livrarias, programação cultural, lazer e outros, de maior qualidade.

Neste sentido, os valores dominantes do capitalismo (regime sócioeconômico baseado no lucro e na propriedade privada dos bens de produção) repassam à população uma ideia errônea dos reais valores referentes às “mercadorias culturais” – (filmes, shows,
musicais, revistas, etc…) como se fossem uma vitrine para vender automóveis, roupas, computadores, etc. Assim, a indústria cultural cria a cultura de massa.

“A técnica da indústria cultural levou apenas à padronização e à produção em série, sacrificando o que fazia a diferença entre a lógica da obra (de arte) e a do sistema social.

(Adorno e Horkheimer, Dialética do esclarecimento, p.114).

O que é cultura de massa?

É um conjunto de costumes, atividades, crenças, voltado às multidões. É uma cultura de natureza homogênea, cujo objetivo é igualar as manifestações artísticas ao oferecer o esgotamento de um decidido fenômeno comercial, difundindo sempre o mesmo, destruindo dessa maneira, o caráter inovador, criativo do cenário cultural.

A cultura de massa é a cultura da mercadoria, não possibilita juízo de valor, nem tampouco, restringe um território particular. A teoria é:

  •  cultura de bens e equipamentos;
  •  utiliza centros culturais, cinemas, teatros, bibliotecas, shoppings;
  •  opera com pessoas que vendem sua força de trabalho nos estabelecimentos
    indicados;
  •  circulação de conteúdos específicos teóricos e ideológicos dos produtos.

Este aparato deve disponibilizar o binômio compra e venda no mercado.

Para as pessoas contaminadas por essa doença cultural, um par de sapatos, uma roupa, um carro perdem o encanto com pouco tempo de uso, exatamente como a pessoa amada, o amigo ou até mesmo a pátria”.

(Lorenz, Civilização e pecado, p.60).

Como vimos, os tipos de cultura estão presentes no cotidiano das pessoas enfatizando as diferenças entre as categorias elitistas e as populares, reforçando o sentido de identificação de uma população que, dividida, sela suas concepções numa carga valorativa, fragmentando os indivíduos e grupos entre:

  •  Os que têm e os que não têm cultura;
  •  Os que têm uma cultura superior e os que têm uma cultura inferior.

Diante do exposto, cultura é uma noção dentre as inúmeras do ramo das ciências sociais, abrangente em seus significados e significâncias, vai além do plano individual, avaliando vários povos, cada um com suas peculiaridades, afirmando cada cultura como um arsenal complexo unitário num leque de mil possibilidades.

Para Refletir:

Público crítico.
(…) O melhor modo de controlar os excessos da TV é ter um público que seja crítico. E
o único modo de tê-lo é fazendo que ele conheça os vários meios – que seja alfabetizado
em livros, em jornais, em rádios, em computação, em artes.
A própria TV, a TV boa, como a cultural, ou os nichos de inteligência que há nos canais
comerciais, pode ajudar nisso. Não precisa dar aulas. Mas pode aprofundar questões,
mostrar dois lados da mesma situação, dar a seu público um pouco do grande
patrimônio mundial. Pode também vencer seu complexo de inferioridade e parar de
falar mal da “velha” mídia, dos livros e bibliotecas. Há lugar para tudo e na cultura, e só
ganha quem aposta em tudo.
Ribeiro, Renato Janine. O afeto autoritário: televisão, ética e democracia. Cotia: Ateliê Editorial, 2004, p.35
Referências

»Tomazi, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio – 2.ed. – São Paulo: Saraiva,
2010.