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A ciência por trás do ‘Déjà vu’

Sabe aquela sensação de que você já fez, viu ou ouviu determinada coisa antes de vivenciá-la? Esse tipo de situação recebe o nome francês de “déjà vu”, e quer dizer, literalmente, “já visto”. Essa expressão foi usada pela primeira vez no século XVIII, pelo parapsicólogo Émile Boirac. A teoria desse estudioso creditava esse fenômeno como um flashback de outras reencarnações. Mas, atualmente, a ciência já confirma que nada mais é do que uma troca errônea de informações no cérebro.

Como funciona na ciência?

O déjà vu está associado a dois tipos de sistemas de memória: a memória para objetos e outra para como esses objetos estão dispostos. O sistema nervoso está sempre comparando informações novas com outras que ele já tem consciência. Quando esses dois impulsos, por algum motivo, chegam dessincronizados ao hipocampo, acontece esse fenômeno. Você meio que visualiza toda uma cena, com direito a sons e cheiro, e a associa ao passado ou futuro, antes que fato realmente ocorra. É tipo um curto-circuito no cérebro, em que a informação do inconsciente acaba chegando antes que a do consciente.

 

Estudando o déjà vu

Como ocorre rapidamente, sem aviso e de forma diferente para cada pessoa, o estudo desse fenômeno é extremamente difícil. Há pelo menos dois séculos, filósofos, estudiosos, psicólogos e até especialistas paranormais tentam trazer uma resposta para tal fato. Isso gerou as mais diversas teorias, inclusive, umas bem bizarras, como a de que seriam informações plantadas por alienígenas. Veja a seguir algumas delas, começando pelas que possuem embasamento científico.

Processamento duplo

Imagem do cérebro

É a que vimos anteriormente. Robert Efron testou essa teoria em 1963, no Hospital dos Veteranos, em Boston. Ele descobriu que a informação chega por duas vias diferentes, e que o lobo temporal do hemisfério esquerdo do cérebro é o responsável por classificar as informações que chegam. Segundo sua teoria, essas duas informações chegam com atraso mínimo, de milissegundos. A primeira informação segue direto, mas a segunda costuma passar antes pelo hemisfério direito. Se algo acontece no caminho e atrasa a chegada, temos a sensação de déjà vu.

Teoria dos desejos reprimidos

Imagem das ondas cerebrais

(Foto: depositphotos)

Essa é outra que possui embasamento científico. Proposta por Sigmund Freud, implica que o déjà vu é resultado de desejos reprimidos ou de experiências muito estressantes que, por algum motivo, as pessoas não aceitem como memória regular. Foi bastante utilizada no século XX, e recebeu o nome de paramnésia. No entanto, por falta de provas concretas, essa teoria acabou sendo deixada um pouco de lado.

Premonição

Ilustração

(Ilustração: depositphotos)

De acordo com a parapsicologia, todos os seres humanos têm o poder de prever o futuro. Mas esse conhecimento requer tempo e habilidade, e algumas pessoas passam até 50 anos para “desenvolver” esse poder. O déjà vu entra como um alerta de que a pessoa nasceu com uma maior facilidade de ver além da realidade, e quando acontece, é sinal de que o indivíduo está com as habilidades no máximo.

Choque de universos

Imagem do suporto multiverso

(Foto: depositphotos)

Baseada na teoria do Gato de Schrodinger, que afirma que o universo não é uni, mas sim multi, formado por diversas partículas subatômicas, algumas pessoas utilizam da física quântica para explicar o déjà vu. Nesse multiuniverso, nossas escolhas de sim ou não aconteceriam em duas partes distintas, e co-existiriam dos dois modos. O déjà vu ocorreria quando as consequências de ambas escolhas se encontrassem no mesmo aspecto.

A vida como um jogo

Imagem de códigos

(Foto: depositphotos)

Em um fórum da internet, alguém fissurado no filme Matrix e em jogos, dispôs essa teoria. De acordo com ela, a vida seria como um game. Você está jogando e salva o progresso. Mas mesmo depois disso, resolve continuar o jogo. No entanto, em um momento você perde e resolve dar um loading (recarregar) no game para voltar para onde salvou. O déjà vu seria o checkpoint da vida. Sempre que voltamos ao ponto de salvamento do jogo e recomeçamos, seríamos tomados pela sensação de já ter visto ou vivido tal situação.