Economia da Índia – Veja os aspectos de seu crescimento

A Índia é considerada como uma das possíveis grandes potências das próximas décadas, isso porque vem demonstrando um expressivo crescimento, tanto populacional, quanto econômico. Atualmente, a Índia conta com uma população de mais de um bilhão de pessoas, com uma sociedade relativamente dividida entre homens e mulheres, e por isso um grande potencial produtivo. Tendências demográficas mostram que até 2050, a Índia possivelmente tenha cerca de 1,6 bilhão de habitantes.

Características da Índia

 O território que atualmente constitui a Índia era uma colônia britânica, juntamente com Paquistão e Bangladesh, onde haviam etnias diversas, o que originava conflitos por questões culturais e religiosas, bem como por motivações políticas. Em 1947, a Índia conquista sua independência. Apesar disso, as disputas territoriais não se esgotaram naquele contexto, mesmo após isso, Paquistão e Índia continuaram disputando fronteiras, como no caso da Caxemira, região na qual a maioria da população é de origem muçulmana, mas que, no entanto, permaneceu sob domínio da Índia.

Mahatma Gandhi é considerado como o grande líder em relação à independência da Índia, o qual pregou uma revolução com base na pacificidade, incutindo na população o conceito de desobediência civil. Porém, na luta contra o domínio britânico, houveram rebeldes radicais e muita violência. Por vários anos, a Índia não recebeu destaque no cenário mundial, considerada como um “gigante adormecido” o que tem se modificado em períodos mais recentes. Após a independência, a Índia passou por uma modernização social e política sendo até considerada uma das maiores democracias do planeta, além de ter revogado legalmente a estratificação social por castas.

A Índia é um país de grande diversidade social, isso porque concentra a segunda maior população do planeta, ficando apenas atrás da China. Além disso, a Índia conta com um extenso território, correspondendo a cerca de 2,4% do território mundial. Por suas expressivas dimensões, a Índia é também conhecida como “Subcontinente Indiano”, esse subcontinente abrange a região Sul da Ásia, e conta com Sri Lanka, as Ilhas Maldivas, o Nepal, o Butão e Bangladesh, além da própria Índia.

A região na qual a Índia está inserida é uma das mais pobres do mundo e, apesar da industrialização indiana que vem se destacando no cenário mundial, as condições são insuficientes para suprir as necessidades da imensa população do país. Assim, são expressivos os níveis de desnutrição e pobreza na região.

Aspectos físicos da região indiana

O formato do território da Índia lembra um triângulo, e possui 3.287.000 km² de extensão, sendo cortado pelo Trópico de Câncer. Quanto ao seu território, a Índia fica apenas atrás da Rússia, Canadá, China, Estados Unidos, Brasil e Austrália, ocupando a sétima posição em dimensão territorial do planeta.

Economia da Índia - Veja os aspectos de seu crescimento

Foto: depositphotos

O território da Índia ocupa o Planalto do Decã (ou Decão), parte do relevo de formação antiga, no qual são encontradas importantes reservas minerais de destaque mundial. Na região centro-norte do território, encontra-se uma imensa planície chamada de Indo-Gangética, a qual é formada mais recentemente, e onde se concentra boa parte da população, desenvolvendo atividades produtivas relacionadas principalmente à agricultura. As planícies são historicamente os locais favoritos pelas populações para desenvolverem suas atividades, especialmente nos locais onde há a presença de rios.

A hidrografia da Índia também é representativa, com a presença dos rios Ganges e Brahmaputra, ambos considerados espaços sagrados aos indianos, nos quais são praticados vários rituais religiosos. O relevo indiano é também cortado pela Cordilheira do Himalaia, onde encontram-se as maiores altitudes do mundo, em picos que ultrapassam os 6000 metros de altitude. O clima da região da Índia é bastante úmido, com chuvas abundantes em todo verão, juntamente com um forte calor tropical. Na Índia se registram os maiores índices pluviométricos do globo, devido ao clima de monções presente.

Economia da Índia

A economia indiana é atualmente uma das que mais cresce no cenário mundial. Apesar de não ter acompanhado um crescimento como o da China, por exemplo, a Índia apresenta-se como uma das possíveis grandes potências em algumas décadas. O crescimento econômico da Índia vem tendo destaque especialmente desde a década de 1990, quando esta foi inserida no contexto do mercado mundial, recebendo investimentos estrangeiros, destacando-se no cenário econômico mundial como um país emergente.

A Índia tem investido em tecnologia e formação profissional, além de um intenso processo de industrialização. Algumas artimanhas da economia indiana se assemelham bastante com as estratégias chinesas, como uma subvalorização da moeda, um baixo custo da mão-de-obra, ainda, incentivos do governo em diversas áreas (subsídios) e a criação de Zonas de Processamento de Exportação.

Apesar do crescimento, a Índia apresenta intensas desigualdades sociais, e um Produto Interno Bruto (PIB) ainda baixo, se comparado com países como China e mesmo o Brasil. As castas são também responsáveis pela desigual divisão da renda no país. Apesar de ser uma prática proibida por lei, a Índia é tradicionalmente uma sociedade pautada em castas e no caso da indiana é formada por conceitos diferentes dos ocidentais quanto à individualidade e coletividade.

No sistema de castas predomina a hierarquia, e o grupo familiar (casta) é mais importante que o indivíduo. Assim, os casamentos “arranjados”, por exemplo, são uma forma de manter o dinheiro restrito nas mãos de uma parcela da população. Por conseguinte, para diminuir alguns dos abismos sociais provocados pela estrutura social de castas, o governo indiano promove diversas políticas públicas de inclusão, como por exemplo, cotas de vagas universitárias para jovens de origens nas castas mais inferiores. Conquanto, há um longo caminho para superar as desigualdades sociais promovidas pelos sistemas de castas.

A formação profissional é incentivada na Índia, assim, há uma ampla gama de profissionais com fluência na língua inglesa, por exemplo, e que acabam migrando para trabalhar em outros países, por ter uma ótima formação profissional. Na área das ciências também há pesquisadores que são referência em nível mundial, e que constituem um tipo peculiar de migração, que se deslocam de um país emergente (Índia) para países desenvolvidos (América do Norte, Inglaterra, etc.).

É destaque na economia da Índia também os serviços de Call centers, os quais prestam serviços para empresas estrangeiras. O trabalho consiste basicamente no uso de mão de obra indiana no atendimento aos clientes destas empresas. Este é um setor que tem crescido bastante e impulsionado também a economia indiana, empregando uma boa parcela da população no país. Pode-se dizer que a prestação de serviços é um dos produtos de exportação da Índia.

Economia da Índia - Veja os aspectos de seu crescimento - Call Center

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Com uma formação qualificada de profissionais, a Índia é destaque ainda em relação à exportação de softwares do mundo, indústria esta que contam com expressivo investimento e apoio governamental. Bangalore, uma cidade localizada no Sul do país, é considerada como o tecnopolo indiano, onde destaca-se a quantidade de engenheiros atuantes na elaboração de produtos tecnológicos.

Destacam-se no cenário econômico indiano as indústrias farmacêuticas, especialmente quanto à produção de medicamentos genéricos. Ainda, a indústria automobilística, com destaque para as marcas Mahindra e a Tata Motors. A produção de aço é outro forte elemento que movimenta a economia indiana, além da forte exportação de carvão mineral e minério de ferro. As atividades urbanas e industriais movimentam a maior parte da economia indiana, ainda assim, a maioria da população continua sobrevivendo do trabalho agrícola.

As atividades econômicas são distribuídas no território indiano em conformidade com as potencialidades de cada região. Ao Norte do território encontra-se o cinturão agrícola, especialmente no Vale do Ganges, onde as terras são bastante férteis. Já no Leste do território está localizado o cinturão natural, onde se concentram as riquezas naturais do país. Já no Oeste indiano estão concentradas as principais instituições financeiras do país, enquanto no Sul da Índia estão os principais centros tecnológicos indianos. Já a região central do território indiano é a que apresenta menor peso econômico, não possuindo uma particularidade produtiva.  

Economia da Índia - Veja os aspectos de seu crescimento - Plantação agrícola

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A Índia no contexto dos BRICS

O grupo dos BRICS foi criado em 2008. É composto pelas maiores potências econômicas emergentes do contexto, sendo elas Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa). No caso da Índia, ela integra o grupo por ser uma promessa em relação ao crescimento econômico mundial, estando entre os dez países que mais cresciam economicamente no mundo no contexto. Além do expressivo crescimento, a população da Índia é um elemento interessante para os países exportadores, uma vez que há uma crescente demanda entre os indianos de bens de consumo.

Os países que compõem os BRICS se destacam em pontos específicos da economia mundial, sendo o primeiro deles o grande contingente populacional, formando um amplo mercado consumidor. Em segundo lugar, são grandes exportadores de commodities (matérias-primas), cada país possuindo destaque em uma área específica. Ainda, o Produto Interno Bruto (PIB) dos países, quando somado, é de um montante bastante expressivo. E por último, a dimensão territorial dos países dos BRICS é um importante dado, uma vez que concentram um amplo potencial de expansão e ocupação.

 

Referências

» SILVA, Edilson Adão Cândido da. Geografia em rede. São Paulo: FTD, 2013.

» TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o Ensino Médio. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

» VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, 2011.

Sobre o autor

Mestre em Geografia e Graduada em Geografia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Especialista em Neuropedagogia pela Faculdade Alfa de Umuarama (FAU) e em Educação Profissional e Tecnológica (São Braz).