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Endocitose e exocitose – Biologia

Você sabe o que significa endocitose e exocitose na biologia? Para quem não sabe, as células possuem alguns processos que demoraram um certo período de tempo para serem compreendidos pelos cientistas. Mas nos dias de hoje, esses processos já são até bem detalhados nos livros acadêmicos ou na internet.

Dois desses processos são conhecidos como endocitose e exocitose, opostos que se complementam e também são essenciais para a manutenção do bom funcionamento da vida celular.

Existem alguns mecanismos pelos quais pequenas moléculas e íons atravessam a membrana plasmática celular, tais como difusão, difusão facilitada e osmose. No entanto, partículas maiores não conseguem atravessar diretamente a membrana, mas podem ser incorporadas à célula por endocitose ou ser eliminadas por exocitose.

O que é endocitose?

O processo compreendido por endocitose consiste na absorção de material (tais como: moléculas, pedaços de detritos e até outras células), tudo isso pela membrana celular.

Células em fundo azul

Endocitose e exocitose são dois processos essenciais para a vida celular (Foto: depositphotos)

Isso significa dizer que ele é o transporte de substâncias do meio extra-celular para o intracelular – de fora para dentro. Apesar de parecer ser um processo simples, a endocitose pode ocorrer de três formas básicas: por fagocitose, por pinocitose ou mediada por um receptor.

Fagocitose

A fagocitose é o tipo de endocitose que ocorre quando a célula absorve material não diluído, as partículas maiores/sólidas. A fagocitose (fagos = comer; citos = célula; ato da célula comer) é um processo de ingestão de partículas grandes, como microrganismos e restos de outras células. Os glóbulos brancos, por exemplo, envolvem materiais estranhos e os degradam até que sejam considerados inofensivos.

A fagocitose é um mecanismo empregado por muitos protistas, em especial as amebas, para a obtenção de alimento, no caso outros microrganismos que são englobados no processo. Nos organismos multicelulares, a fagocitose é exercida por certas células especializadas.

Nas células que realizam fagocitose, o material ingerido fica no interior de uma vesícula grande, denominada fagossomo. Ela é um tipo de vacúolo alimentar e é degradado por ação de enzimas específicas. Na fagocitose a célula engloba partículas por meio de projeções citoplasmáticas denominadas pseudópodes, ou seja, falsos pés.

Pinocitose

Pinocitose é o nome que se dá ao processo que é bem parecido com a fagocitose. Nele, temos uma diferença principal em relação ao outro processo: as partículas a serem absorvidas são menores ou são fluidos, tendo em vista que o meio de transporte são pequenas vesículas na membrana.

Por ser um processo que gasta muita energia (é difícil absorver substâncias desse modo), costuma ser bem seletivo quanto às substâncias ingeridas. A pinocitose (pinos = beber; ato da célula beber) também está relacionada à ingestão de moléculas do tipo polissacarídeos e proteínas dissolvidas em água.

Ao contrário da fagocitose, que é realizada apenas por algumas células especializadas, a pinocitose ocorre praticamente em todos os tipos celulares. As partículas ingeridas por pinocitose ficam no interior de pequenas vesículas denominadas pinossomos e podem servir como alimento para as células.

Endocitose mediada por um receptor

A endocitose mediada por um receptor ocorre da forma como o seu próprio nome já diz: com um mediador, para auxiliar na absorção de substâncias. O mediador, no caso, é um constituinte específico da membrana, que acaba ligando-se à substância que será ingerida. Esse tipo de endocitose é frequentemente utilizado pelos vírus, como o perigoso HIV.

O que é a exocitose?

A exocitose é exatamente o contrário da endocitose, pois é caracterizada pela “expulsão” dessas substâncias absorvidas por meio da endocitose, depois que as mesmas sofreram alterações para o meio extracelular. Quando um organismo é expulso por meio da exocitose, dizemos que ele foi “exocitado”.

Por meio das vesículas, a exocitose realiza a excreção e secreção das substâncias em três fases: migração, fusão e lançamento.

  • migração é a primeira fase da exocitose, é nela que as substâncias são modificadas no citoplasma, como primeiro passo para ser “expulsa” da célula
  • A fusão é a segunda fase, quando as tais substâncias – agora já alteradas – vão se misturando com a membrana plasmática. Nesse caso, as vesículas também se fundem à membrana, facilitando a passagem das substâncias a serem excretadas
  • Por fim, temos o lançamento, a última fase da exocitose. Nessa etapa as substâncias finalmente são liberadas no meio extracelular, por intermédio da vesícula, que as libera para fora da célula.

Enquanto os mecanismos de endocitose descritos envolvem a ingestão de material, a exocitose envolve a eliminação de material, ou seja, de dentro para fora da célula.

A exocitose é um processo frequente nas células com função secretora, como as do pâncreas, por exemplo. Isso porque elas secretam insulina e glucagon (hormônios lançados na corrente sanguínea que atuam no metabolismo de açúcares). Também por exocitose são eliminados resíduos do material digerido dentro da célula.

A endocitose e a exocitose podem ser inversos, mas ambas são extremamente importantes para a defesa do nosso organismo, uma vez que muitas substâncias estranhas são detectadas e logo eliminadas do nosso corpo por meio desses processos.

Fazendo a limpeza do corpo

Você sabe o que é o pus e como ele se forma nos ferimentos infeccionados?

Quando a pele humana sofre uma lesão, pode ocorrer infecção por bactérias. Nesse caso, neutrófilos (um tipo de glóbulo branco do sangue) saem dos vasos sanguíneos e vão para o local da infecção. Esse processo de atravessar a parede dos capilares sanguíneos é denominado diapedese.

Os neutrófilos fagocitam ativamente as bactérias, mas acabam morrendo juntamente com as várias bactérias que ingeriram. Os neutrófilos e as bactérias mortas formam os principais elementos encontrados no pus de ferimentos infeccionados.

Nessa fase, os monócitos, que são outro tipo de glóbulo branco do sangue, saem dos vasos sanguíneos também por diapedese e transformam-se em macrófagos. Os macrófagos têm alta capacidade de fagocitose e dirigem-se ao local da infecção, onde ingerem bactérias invasoras, restos de células mortas e até mesmo os próprios neutrófilos já destruídos.

Referências

AGERO, Ubirajara. “Microscopia de desfocalização aplicada ao estudo de fagocitose por macrófagos“. 2003. Tese de Doutorado. Tese de Doutorado, Departamento de Física, ICEx, UFMG.

HABER, Esther P. et al. “Secreção da insulina: efeito autócrino da insulina e modulação por ácidos graxos“. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 45, n. 3, p. 219-227, 2001.

Sobre o autor

Natália Duque é Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.