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Governo de Itamar Franco

Desde o fim do período militar que o Brasil já vinha passando por problemas difíceis em sua base econômica e social. Esses problemas se agravaram ainda mais no Governo Collor, principalmente com as denúncias de corrupção que passaram a existir e com a crise que veio a se instaurar no sistema, fazendo com que o país vivesse um de seus piores momentos da história.  A inflação estava em um alto índice, a recessão se prolongava cada vez mais e o desemprego era um dos fatores mais alarmantes dos últimos tempos.

Governo de Itamar Franco

Foto: Reprodução

Com o julgamento de Fernando Collor e seu consequente impeachment, que o levou a renunciar logo em seguida, antes mesmo de ser condenado, quem passaria a assumir a cadeira presidencial seria o seu vice-presidente Itamar Franco, um homem conhecido pelo seu jeito calmo e discreto. A princípio Itamar tinha como missão conduzir a presidência até que acontecesse uma transição para um novo processo eleitoral, que viria a determinar qual seria o novo nome a se tornar presidente do Brasil.

O Plebiscito

Ele assumiu a presidência interina entre outubro e dezembro de 1992, e no dia 29 de dezembro do mesmo, quando Fernando Collor veio a sofrer seu impeachment.

Buscando organizar a situação de bagunça onde o país estava envolto, passando por um conturbado período onde a baixa estima dos brasileiros não lhes davam mais nenhum motivo para acreditar no Estado, o novo presidente buscou efetivar sua gestão através de uma forma clara, com transparência para que assim conseguisse o apoio dos setores e da esquerda, tentando conquistar o apoio da sociedade e atender as suas demandas.

Como já havia sido previsto na Constituição de 1988, cabia ao presidente do Brasil a missão de realizar um plebiscito  onde a população decidiria qual seria a forma de governo a ser adotada no país. Coube então a Itamar essa primeira missão a frente da presidência, onde com mais da metade dos votos a população decidiu continuar com a República presidencialista, porém, enquanto se organizava essa questão constitucional, por outro lado o país continuava se afundando na sua questão econômica, o que se tornava cada vez mais alarmante.

O Plano Real

Ao final de 1993, Itamar anunciava uma nova equipe econômica que tinha como líder o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, que passaria a partir de então a assumir o Ministério da Fazenda. Buscando levantar a economia brasileira de alguma forma, depois de tantos planos fracassados anteriormente, no dia 28 de fevereiro de 1994 o governo anunciou sua nova tentativa de recuperar a economia nacional, o chamado Plano Real. Além de tentar recuperar a economia, o plano tinha também o objetivo de combater as taxas inflacionárias que não paravam de se elevar, e com a criação de uma nova moeda, o Real, o governo tentaria promover a estabilidade econômica do país de acordo com as reservas cambiais disponíveis.

Mesmo parecendo um modelo de desenvolvimento um pouco arriscado, esse plano de governo conseguiu combater a inflação por um curto período, trazendo novamente para a população uma nova esperança de que nem tudo estava perdido.

Quando o mandato de Itamar chegou ao fim, ele havia se tornado uma das figuras mais populares dos últimos tempos da história do país, e aproveitando desse ótimo momento, o então ministro Fernando Henrique Cardoso decidiu lançar seu nome nas eleições de 1994 à presidência da República, pelo PSDB, utilizando do argumento de que havia sido o autor e mantenedor do Plano Real. Desta forma ele conseguiu vencer as eleições sem demonstrar nenhuma dificuldade.

*Revisado por Allex Albuquerque, graduado em história.