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Governo João Goulart

João Belchior Marques Goulart, mais conhecido como Jango, nasceu em São Borja, no Rio Grande do Sul, e governou o Brasil de setembro de 1961 a março de 1964.

O início da vida política de Jango

O primeiro cargo público de João Goulart foi como Deputado Federal, em 1950. No segundo governo de Getúlio Vargas, foi Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio. No cargo de ministro, Jango concedeu vários benefícios aos trabalhadores, inclusive o aumento do salário mínimo em 100%. Este fato desagradou muitos empresários e provocou a sua renúncia.

Pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), João Goulart venceu duas eleições como vice-presidente da República: a primeira como vice de Juscelino Kubitschek, em 1955; após cinco anos, Jango foi eleito vice de Jânio Quadros.

Em agosto de 1961, com a renúncia do então presidente Jânio Quadros, João Goulart deveria assumir o governo. No entanto, alguns partidos da oposição (como a UDN) e os militares tentaram impedir a sua posse.

Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul, liderou a denominada “Campanha da Legalidade”, a fim de garantir o direito de o vice assumir na falta do presidente, previsto na Constituição de 1946. Brizola conseguiu o apoio do Comando Militar do Rio Grande do Sul, de líderes sindicais, de movimentos estudantis e de intelectuais.

Para contornar a crise, o Congresso Nacional aprovou a mudança do regime nacional para o parlamentarismo. No dia 07 de setembro de 1961, João Goulart tomou posse. Em janeiro de 1963, ocorreu um plebiscito em que o povo optou pela volta do presidencialismo.

Governo João Goulart

Foto: Reprodução

O governo de Jango

João Goulart adotou uma política econômica conservadora, por um lado, mas, por outro, sempre foi atento às reivindicações sociais, o que desagradava e desprestigiava claramente os interesses dos grandes proprietários, empresários e classes médias. No plano econômico, Jango procurou diminuir a participação de empresas estrangeiras em importantes setores, instituiu um limite para a remessa de lucros das empresas internacionais e seguiu as orientações do FMI.

João Goulart defendia a realização de uma série de reformas que poderiam promover a distribuição de renda – as Reformas de Base. Estas medidas incluíam as reformas agrária, tributária, administrativa, bancária e educacional.

Em um grande comício realizado em março de 1964, na Central do Brasil (Rio de Janeiro), o presidente anunciou que daria início às reformas. Este evento foi mais um motivo para a oposição acusá-lo de comunista e, a partir daí, houve uma mobilização social anti Jango.

Alguns dias depois do grande comício, ocorreu a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, com a classe média dando apoio aos militares.

No dia 31 de março de 1964, os militares tomaram o poder, com o apoio dos Estados Unidos. Jango se refugiou no Rio Grande do Sul e, de lá, foi para o exílio no Uruguai e na Argentina, onde faleceu aos 57 anos.

Sobre o autor

Formada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas) pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), com certificado DELE (Diploma de Español como Lengua Extranjera), outorgado pelo Instituto Cervantes. Produz conteúdo web, abrangendo diversos temas, e realiza trabalhos de tradução e versão em Português-Espanhol.