Pobreza na África: causas e projetos de auxílio no continente

O continente africano possui muitas belezas naturais e aspectos culturais interessantíssimos, no entanto, os problemas sociais são intensos e grande parte da população sofre com a pobreza na África.

De modo mais amplo, a África é subdivida em duas partes, a África do Norte e a África Subsaariana (Sul). Além da grande densidade populacional existente no continente africano, existem áreas que são inadequadas, ou que dificultam o desenvolvimento da vida humana, como no caso do Deserto do Saara.

Grande parte da população sofre com a pobreza na África. (Foto: depositphotos)

O histórico colonial da África é também um agravante diante dos problemas sociais existentes no continente, onde há profundas desigualdades sociais. Os problemas africanos são ainda mais acirrados pelos conflitos internos, muitos dos quais de origem étnica, já que a África é um espaço bastante miscigenado.

As riquezas naturais (como petróleo, diamantes, etc.) do continente africano despertam a cobiça, ocasionando embates políticos e piorando a situação econômica da população africana.

Diante disso, emergem vários projetos que visam auxiliar a população da África, possibilitando que estes tenham uma maior qualidade de vida, ou minimamente acesso aos recursos mais básicos de sobrevivência.

Problemas que causam a pobreza na África

A história da África é marcada por profundos conflitos. Ainda na segunda metade do século XIX houve a divisão dos territórios africanos pelas potências imperialistas europeias do contexto.

Com a expansão do imperialismo industrial europeu havia uma exigência maior em relação aos recursos naturais, e o domínio do território africano era uma alternativa considerada como interessante.

No contexto, foram demarcadas fronteiras que causam problemas até hoje, isso porque não foram respeitadas as diferenças étnicas já existentes entre os povos africanos.

Assim, já haviam territórios culturais preexistentes, os quais não foram levados em consideração pelos países imperialistas. Desta forma, foram marcas as fronteiras artificiais africanas, sobrepondo-se aos limites já estabelecidos pelos agrupamentos humanos.

Esse acontecimento deixou marcas na política africana, sendo que até os dias atuais existem embates neste sentido, pela retomada dos espaços anteriormente ocupados pelos vários agrupamentos étnicos. E esse é apenas um dos problemas que assolam a África.

Outro elemento importante que limita o desenvolvimento de parte do continente africano é a existência do Deserto do Saara, o qual possui ao todo uma extensão de 9.200.000 km², sendo considerado como o terceiro maior deserto do mundo (atrás apenas da Antártida e do Ártico).

Pelas condições físicas do ambiente no qual o deserto está localizado, muitas atividades produtivas acabam sendo limitadas, o que faz com que a população se concentre em algumas áreas do continente.

As guerras civis potencializam a pobreza na África. (Foto: depositphotos)

Existem muitas discussões sobre a questão ética em relação a saúde da população africana, já que houveram casos em que a indústria farmacêutica utilizou-se desta população em vulnerabilidade para testes com medicamentos novos.

A questão foi explorada pelo famoso filme “O jardineiro fiel”, e sua análise pode ser complementada com a leitura do artigo “O lado real do filme ‘O Jardineiro Fiel'”.

Após as denúncias feitas sobre casos de testes em humanos no continente africano, a questão ética foi intensificada no mundo, fundando-se mais comitês de ética e discutindo-se mais o tema. Devido ao estado de vulnerabilidade social com o qual vive boa parte da população africana, estes são considerados como “alvos fáceis” para esse tipo de abordagem.

Assim, oferecem-se alimentos, produtos de higiene e mesmo medicamentos, em troca estas pessoas são submetidas a usos experimentais de remédios e produtos ainda em fases de estudo e testes. Por vezes, estas pessoas não têm nem dimensão do quão complexa é a questão, e acreditam que estejam sendo realmente auxiliadas.

A economia africana também enfrenta alguns aspectos limitantes para sua expansão, como a escassez de capital, sendo que alguns países africanos são forçados a recorrer a empréstimos internacionais, o que promove uma grande dívida externa.

Ainda, a remessa de lucros das transnacionais para seus países de origem, assim, usam do espaço africano, da matéria-prima e mão-de-obra africanas, mas os lucros são revertidos aos países originários das empresas.

A África enfrenta também uma baixa qualificação de trabalhadores, o que é reflexo dos elevados índices de analfabetismo no continente. O mercado interno africano é bastante restrito, já que boa parte da população ainda vive nos espaços rurais, tendo pouco poder de compra.

As guerras civis, em boa parte por conflitos étnicos, também potencializam a pobreza na África. Esses são apenas alguns motivos pelos quais o continente africano tem encontrado limitações para o seu desenvolvimento, um problema que é histórico no continente.

Projetos e medidas de auxílio aos africanos

Existem muitos projetos desenvolvidos no continente africano, tendo-se em vista auxiliar a população africana em suas maiores dificuldades. Muitos destes projetos são desenvolvidos por pessoas e grupos praticamente anônimos, os quais enviam missionários ou profissionais para exerceram funções e ajuda humanitária na África.

A Organização das Nações Unidas – ONU também desenvolve importantes trabalhos junto aos africanos, especialmente quanto as Missões de Paz das Nações Unidas, as quais visam amenizar os conflitos existentes no interior do continente.

Muitas Organizações Não Governamentais (ONGs) desenvolvem trabalhos nesse continente, as quais são advindas de várias partes do mundo, todas com o propósito de combater a pobreza na África e oferecer ajuda aos que precisam.

Uma das instituições de maior destaque em relação ao auxílio aos africanos é o projeto Médicos Sem Fronteiras (MSF), atuando principalmente na área dos atendimentos à saúde da população.

O projetos desenvolvidos na África visam auxiliar a população em suas maiores dificuldades (Foto: Médicos sem Fronteiras)

Além disso, destaca-se ainda o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, atuando em variadas frentes sociais. Atualmente, com o advento das redes de comunicação e dos recursos tecnológicos, tornou-se mais fácil a ajuda humanitária aos países africanos, o que não necessariamente precisa ser feito presencialmente no continente.

Além do voluntariado, as doações materiais e financeiras são também muito importantes para as instituições que promovem o auxílio aos africanos, pois muitos destes não contam com apoio governamental.

Esse tipo de ajuda é de extrema relevância, no entanto, não tem o poder de transformar o continente africano, isso porque são profundas as desigualdades sociais na África, bem como pouco resolvidos os problemas históricos entre os grupos étnicos.

Todo bem promovido para aquela população é valiosíssimo, mas o problema da África não parece estar perto de ter um término. São muitas riquezas naturais, mas também muita cobiça envolvida nos conflitos africanos.

Resumo do conteúdo

Exercícios resolvidos