Bandeira da Venezuela

A bandeira da Venezuela é uma tricolor formada pelas cores amarela, azul e vermelha. As três faixas que a constituem são de tamanhos iguais, onde o amarelo ocupa a faixa superior da bandeira, o azul ocupa a porção central e o vermelho ocupa a parte inferior. Sobre a faixa azul estão oito estrelas brancas de cinco pontas, as quais se apresentam em arco.

No ano de 2006, a bandeira da Venezuela sofreu uma modificação em sua composição, a qual foi a inserção de mais uma estrela (antes eram sete).

Bandeira da venezuela

A bandeira da Venezuela é tricolor e possui um arco de estrelas brancas (Foto: depositphotos)

Quer saber mais sobre a bandeira da Venezuela, sua composição, significado de suas cores e estrelas, bem como conhecer o brasão do país?

Quer também conhecer a relação entre a bandeira da Venezuela e Simon Bolívar, e ainda entender qual foi a polêmica que envolveu a mudança na bandeira no ano de 2006? Então confira este artigo do Estudo Prático!

Bandeira da Venezuela

Cores

As cores da bandeira da Venezuela são o amarelo, o azul e o vermelho. O amarelo ocupa a porção superior da bandeira, enquanto o azul ocupa o centro e o vermelho a porção inferior.

Estas três cores são distribuídas em faixas horizontais com o mesmo tamanho. Na bandeira, há ainda a cor branca, a qual aparece nas oito estrelas que estão dispostas sobre a faixa azul central.

As cores tradicionais da Venezuela têm um significado histórico, rememorando as várias lutas do povo pela independência do território.

  • Amarelo: referência às riquezas do território venezuelano, especialmente minérios.
  • Azul: representação da separação entre a Venezuela e a Espanha, através das águas do Oceano Atlântico.
  • Vermelho: referência ao sangue derramando pelo povo venezuelano nas lutas pela independência.

As estrelas brancas são uma menção as sete províncias existentes no território venezuelano quando este obteve sua independência em relação a Espanha ainda no ano de 1811. Em 2006, o então presidente da Venezuela acrescentou mais uma estrela na composição da bandeira.

Estrelas

As estrelas existentes na bandeira da Venezuela eram originalmente sete. Estas representavam as sete províncias que se declararam independentes da Espanha em 1811.

O documento que tornou a Venezuela independente em relação a Espanha foi a Ata de Declaração da Independência da Venezuela, quando as sete províncias espanholas no território venezuelano se declararam independentes do Reino da Espanha.

O “Dia da Independência de Venezuela” é comemorado no dia 5 de julho. Apesar do documento ter sido declarado em 1811, desde 1809 já vinham ocorrendo movimentos de independência no território da Venezuela, os quais eram encabeçados principalmente pelo general Francisco de Miranda, tendo sido sucedido por Simon Bolívar e outros importantes nomes.

Atualmente, a bandeira da Venezuela conta com mais uma estrela, totalizando oito estrelas de cinco pontas. Isso porque no ano de 2006, o então presidente Hugo Chávez, acrescentou a chamada “Estrela Bolívar” em homenagem a Simon Bolívar, representando a província de Guayana, hoje incorporada ao Estado Bolívar, a qual foi essencial no contexto das lutas pela independência no século XIX.

Significado da bandeira da Venezuela

A composição da bandeira da Venezuela está relacionada com a existência da Grã-Colômbia, um país já extinto que existiu na América do Sul, e que foi estabelecido no ano de 1819 por Simon Bolívar.

Este país envolvia os territórios da Colômbia, da Venezuela, do Panamá e também uma parte do Equador. Por isso, as bandeiras destes países (exceto do Panamá) são bastante parecidas, preservando as mesmas cores: amarelo, azul e vermelho.

Este país perdurou durante os anos de 1819 e 1831, e tinha como base a unificação das colônias espanholas na América em uma única Confederação. A união destes territórios conferia um fortalecimento ao novo país diante do recente passado colonial, e estevam nele países de Língua Espanhola e de religião Católica.

Em 1830, o Equador e a Venezuela declararam independência da Grã-Colômbia, culminando no processo de dissolução deste antigo país unificado. Antes de terem os nomes que possuem hoje, estes territórios eram províncias chamadas de Vice-Reino de Nova Granada, Capitania Geral da Venezuela, Província de Quito e Província Livre de Guayaquil.

Com isso, os três países – Colômbia, Equador e Venezuela – preservaram as cores da antiga Grã-Colômbia, que eram exatamente amarelo, azul e vermelho.

– Colômbia: a bandeira da Colômbia tem apenas as faixas com cores, amarelo em maior proporção na parte superior, azul ao centro e vermelho na parte de baixo.

Equador: a bandeira do Equador também tem a faixa amarela mais larga ao topo, azul ao centro e vermelho na parte de baixo, e um Brasão de Armas ao centro.

Venezuela: a bandeira da Venezuela tem as três faixas da mesma proporção, com oito estrelas brancas em arco no centro.

Evolução histórica

Sebastián Francisco de Miranda Rodríguez, mais conhecido como Francisco de Miranda, antecedeu Simón Bolívar no processo de independência em relação aos espanhóis.

A bandeira que simbolizava as lutas de Francisco de Miranda era uma prévia do que seriam as bandeiras dos países então independentes. As cores azul, amarela e vermelha já estavam presentes e dispostas em faixas horizontais.

1811 a 1814

Bandeira antiga da Venezuela

A bandeira da Venezuela durante a Primeira e Segunda República (Foto: Reprodução | Wikimedia Commons)

Na Venezuela houve uma primeira bandeira entre os anos de 1811 e 1812, no contexto da Primeira República da Venezuela, no âmbito da Confederação Americana da Venezuela.

Esta bandeira preservava as cores, no entanto, o amarelo aparecia em maior proporção em um retângulo na parte superior direita da bandeira. O azul e o vermelho ocupavam as faixas da parte inferior. No canto superior esquerdo dela havia um quadrado com um indígena observando o Sol nascente. Durante os anos de 1813 e 1814, com a Segunda República da Venezuela, ela permaneceu a mesma.

1818

Já em 1818, com a instituição da Grã-Colômbia, ou República da Colômbia, a bandeira sofreu uma modificação. Embora a faixa amarela ainda fosse mais larga do que as demais, ela passou a ocupar toda parte superior da flâmula.

Sobre ela, no canto esquerdo superior, a imagem do indígena foi colocada em uma moldura, um Brasão de Armas. Além disso, sobre este brasão há a imagem de duas mãos se cumprimentando, representando a união entre Venezuela, Equador e Nova Granada.

1820

A bandeira da Grã-Colômbia teve uma nova alteração ainda em 1820, quando a imagem do indígena foi substituída por um brasão com uma ave condor, estrelas representando as províncias.

1821 a 1830

Houve ainda uma última bandeira na Grã-Colômbia antes de sua dissolução. Esta foi usada entre os anos de 1821 e 1830. As cores se preservaram, no entanto, um novo símbolo foi utilizado ao centro. Este símbolo mostrava frutas, as quais representariam a abundância das terras que constituíam a República de Colômbia.

1831 a 1836

Entre os anos de 1830 e 1836, o então Estado da Venezuela teve sua própria bandeira. Esta preservava as cores amarela, azul e vermelha, todas do mesmo tamanho em faixas horizontais. Ao centro havia um símbolo que lembrava alguns detalhes da última bandeira da Grã-Colômbia.

1836 a 1859

De 1836 até 1859 uma nova modificação na bandeira ocorreu, quando foi colocado no canto superior esquerdo um brasão diferente dos anteriores, uma espécie de escudo com vários simbolismos históricos.

1859 a 1863

As estrelas passaram a ser inseridas em 1859. A primeira bandeira com estrelas na parte amarela foi usada entre 1859 e 1863, durante o contexto da Guerra Federal. Na ocasião, apareciam 20 estrelas azuis sobre o fundo amarelo na parte superior.

1863

Em 1863, ela sofre nova mudança. As cores se preservam, no entanto, a estrelas são reduzidas para sete unidades, colocadas em círculo com uma estrela ao centro na porção central da bandeira, sobre a faixa azul. Desta vez, as estrelas já são brancas.

Neste contexto, a bandeira da Venezuela já começa a adquirir as características de como é atualmente. As faixas eram todas do mesmo tamanho, e as cores seguiam a ordem atual: amarelo na parte superior, azul na porção do meio e vermelho na parte inferior. No entanto, neste modelo haviam apenas sete estrelas brancas de cinco pontas, as quais estavam dispostas em arco sobre a faixa azul.

2006

Por último, a mais recente alteração da bandeira da Venezuela foi efetuada em 2006, quando houve o acréscimo de mais uma estrela. Esta mudança tinha como base a inserir a região de Guayana, bem como honrar o decreto assinado por Simon Bolívar, em 1817, sobre a composição da bandeira.

Polêmica

A inserção da oitava estrela na bandeira da Venezuela, a qual foi uma homenagem a Bolívar, sendo inclusive chamada de “Estrela Bolívar”, foi uma medida do então presidente venezuelano Hugo Chávez.

A medida seria em respeito ao decreto assinado por Simon Bolívar ainda 1817 para representar a província da Guayana. Houve também uma mudança no cavalo branco estampado no brasão de armas, o qual passou a galopar em direção a esquerda, e não mais a direita como anteriormente.

Os opositores ao governo na época não gostaram das mudanças, afirmando que seriam meros caprichos exigidos pela filha de Chávez. Estes, afirmaram na ocasião que continuariam usando a bandeira antiga, com sete estrelas e o cavalo voltado para a direita. Hugo Chávez faleceu em 2013, tendo sido sucedido por Nicolás Maduro.

Brasão da Venezuela

Brasão de armas da Venezuela

O brasão de armas venezuelano traz símbolos e datas importantes para a história do país (Foto: Reprodução | Wikimedia Commons)

O atual Brasão de Armas da Venezuela sofreu sua última alteração em 2006, quando a bandeira da Venezuela também foi alterada. No símbolo estão alguns laços na parte inferior, os quais preservam as cores originais amarela, azul e vermelha.

Estes laços trazem datas importantes como 19 de abril de 1810, que marca o começo do processo de independência do domínio espanhol na Venezuela. Também 20 de fevereiro de 1859, quando teve início a Guerra Federal. As faixas trazem ainda as palavras “Independencia”, “Federación”, e “República Bolivariana de Venezuela”.

Há várias informações neste Brasão de Armas, preservando-se sempre as cores tradicionais da Venezuela. Há feixes de espigas, coroa de louro, ramo de oliveiras, duas cornucópias com frutas e flores, bem como o cavalo branco, como referência ao cavalo de Bolívar, com o qual ele lutou várias batalhas.

O que significa a palavra Venezuela?

O nome “Venezuela” foi atribuído por Américo Vespúcio, um cartógrafo e navegador que participou de expedições no contexto das navegações europeias pela América.

Na região onde atualmente é a Venezuela, o viajante conheceu os povos indígenas que construíam suas casas sobre o Lago Maracaibo. Ele chamou o local então de “Pequena Veneza” ou “Venezuela”.

m 1856 o nome oficial do país passou a ser República da Venezuela, com base na então Constituição. Antes disso, o local era chamado de Estado da Venezuela.

Quem foi Simon Bolívar?

Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar y Palacios Ponte-Andrade y Blanco, popularmente conhecido como Simon Bolívar, foi um importante líder político venezuelano.

É o nome mais conhecido quando o assunto é libertação da América do domínio espanhol. Bolívar nasceu em Caracas, na Venezuela, no dia 24 de julho de 1783, e morreu na Colômbia em 17 de dezembro de 1830. A luta de Bolívar foi essencial para que países como Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela obtivessem sua independência e deixassem de ser colônias da Espanha.

As ideias democráticas implantadas por Bolívar na América o tornaram uma espécie de herói latino-americano. Comumente referenciado como “El Libertador”, Bolívar tinha em seus ideais a missão de tornar as nações livres, independentes política e economicamente, bem como promover a união dos povos latinos.

Com base nas ideias de Simon Bolívar, criou-se o conceito de “Bolivarianismo”. Este é uma doutrina, ou uma espécie de ideologia, amplamente influente no continente sul-americano, especialmente na Venezuela.

Atualmente é ligado a um contexto socialista, visando a libertação dos povos da América-Latina, integração entre os países que a constituem, bem como a diminuição das desigualdades sociais, visando-se um ambiente democrático.

Resumo do Conteúdo
Nesse texto você aprendeu que:

  • A bandeira da Venezuela é tricolor.
  • A bandeira da Venezuela possui arco formado por oito estrelas.
  • As estrelas representam as províncias que declararam independência à Espanha.
  • A última mudança aconteceu em 2006.
  • Uma das estrelas homenageia Simon Bolívar.

Exercícios resolvidos

1- Quando foi adotada a bandeira da Venezuela?
R: Desde sua separação da Grã-Colômbia, em 1830, mas tinha outro formato apesar de ter mantido as mesmas cores de hoje.
2- Quais são as cores da bandeira da Venezuela?
R: Amarelo, azul e vermelho. O branco apareceu nas estrelas.
3- O que as 8 estrelas representam?
R: Sete estrelas representam as províncias que se declararam independentes da Espanha e a oitava estrela é uma homenagem a Simon Bolívar.
4- Quantas bandeiras a Venezuela já teve?
R: Cerca de 10 bandeiras até adotar o formato atual.
5- Quem foi Simon Bolívar?
R: Um político venezuelano que liderou os movimentos de independência do país.
Referências

» GARCIA, Helio; MORAES, Paulo Roberto. Geografia. São Paulo: IBEP, 2015.

» MOREIRA, Igor. Mundo da Geografia. Curitiba: Positivo, 2012.

» TAURINHO, Bruno. Bandeirismos #7 —A tricolor de Francisco de Miranda, pt.1 : De Nova Granada a Grã-Colômbia. Disponível em: https://medium.com/os-bandeirismos/bandeirismos-7-a-tricolor-de-francisco-de-miranda-pt-1-de-nova-granada-a-gr%C3%A3-col%C3%B4mbia-f2596434a40e. Acesso em: 13 de setembro de 2019.

» TAURINHO, Bruno. Bandeirismos #8 — A tricolor de Francisco de Miranda, pt.2 : Colômbia, Equador e Venezuela. Disponível em: https://medium.com/os-bandeirismos/bandeirismos-8-a-tricolor-de-francisco-de-miranda-pt-2-col%C3%B4mbia-equador-e-venezuela-45fb9d989e6e. Acesso em: 13 de setembro de 2019.

» VEDOVATE, Fernando Carlo. Projeto Araribá Geografia. 3 ed. São Paulo: Moderna, 2010.

Sobre o autor

Mestre em Geografia e Graduada em Geografia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Especialista em Neuropedagogia pela Faculdade Alfa de Umuarama (FAU) e em Educação Profissional e Tecnológica (São Braz).