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Naus na história do Brasil

O termo “nau” é, muitas das vezes, empregado como sinônimo do genérico “navio”, sem a distinção de seu sentido específico. De modo geral, esta palavra faz referência ao navio de alto bordo, de aparelho redondo e destinado ao comércio, podendo ser qualificado como “nau de comércio”, “nau de guerra” e outros.

Quando atracou em Santa Cruz, a esquadra de Cabral apresentou as formas de navegação mais avançadas até então: as naus e as caravelas portuguesas. Portugal foi o primeiro país, entre os países contemporâneos, a transformar a pesquisa tecnológica em política de Estado e, por este motivo, liderava os descobrimentos. A nau portuguesa do século XVI foi o sustentáculo da grande expansão da civilização mediterrânea no mundo.

Naus e caravelas

As naus são barcos maiores e mais lentos, essenciais no comércio de Portugal com a África e no intercâmbio com as Índias. A capitânia de Pedro Álvares Cabral era um navio de 250 toneladas e levava 190 homens quando partiu das terras portuguesas. As velas redondas das naus são menos versáteis que as das caravelas, porém permitem uma impulsão bem maior no caso de ventos favoráveis.

Na viagem de ida, as naus transportam produtos para troca, além de guarnições militares, armas e canhões; na volta, estes barcos trazem as mercadorias mais cobiçadas pela Europa.

Naus na história do Brasil

Foto: Reprodução

Já as caravelas eram a vanguarda das expedições: eram navios rápidos e relativamente pequenos, levavam pouca carga, feitos de madeira e medindo de 20 a 30 metros de comprimento, 6 a 8 de largura e 50 toneladas de capacidade.

As caravelas são tripuladas por quarenta ou cinquenta homens e, com vento favorável, podem chegar a percorrer 250 quilômetros ao dia. As suas velas latinas e triangulares permitem uma rápida mudança de curso e estas embarcações são ideais para navegação costeira, podendo entrar em rios e estuários e contornar arrecifes e bancos de areia.

A importância na história do Brasil

As caravelas foram as embarcações típicas da época das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos, nos séculos XV e XVI, sendo utilizadas por países como Espanha, Portugal, Holanda, Inglaterra e França.

Na época das Grandes Navegações, estas embarcações serviam para transportar especiarias asiáticas (pimenta, gengibre, noz moscada, cravo, canela, seda etc.). Nas caravelas (Santa Maria, Pita e Nina), o navegador genovês Cristóvão Colombo chegou ao continente americano, no ano de 1492. Em 1500, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil com este mesmo tipo de embarcação.

Sobre o autor

Formada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas) pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), com certificado DELE (Diploma de Español como Lengua Extranjera), outorgado pelo Instituto Cervantes. Produz conteúdo web, abrangendo diversos temas, e realiza trabalhos de tradução e versão em Português-Espanhol.