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Plano Cohen

Atribuído ao Partido Comunista Brasileiro, o Plano Cohen é um falso programa que objetivava a queda do governo de Getúlio Vargas e a dominação comunista. O documento foi escrito pelo capitão integralista Olimpio Mourão Filho, que apoiava Vargas, a pedido de Plínio Salgado, líder da Ação Integralista Brasileira. O nome foi atribuído pelos militares que, para evitar suspeitas, nomearam o plano de Cohen devido ao nome do líder comunista húngaro Bela Cohen. O plano, na verdade feito pelos militares que apoiavam Vargas, era apenas uma forma de justificar a permanência do presidente no poder.

Plano Cohen

Foto: Reprodução

Como aconteceu e quais foram suas consequências?

Em 30 de setembro de 1937 o plano foi enviado propositadamente ao governo e anunciado no programa de rádio “Hora do Brasil”. Goés Monteiro, durante o pronunciamento, comunicou ainda detalhes do Plano Cohen, dando orientações específicas sobre sequestros que planejavam.

Após o pronunciamento, o governo entrou com um pedido de decreto de Estado de Guerra no país no Congresso Nacional, sendo atendido em menos de 24h. Isso concedia o direito de o governo suspender direitos constitucionais, de forma que Getúlio começou uma perseguição aos comunistas, teoricamente implicados no Plano Cohen, além de seus rivais políticos. Algumas semanas depois, o congresso Nacional do Rio de Janeiro foi Cercado por Vargas e, no dia 10 de novembro, Vargas deu um golpe de estado e implementou a nova constituição, chamada “Estado Novo”.

O Estado Novo foi o marco da Era Vargas, quando foram canceladas as eleições e passou a vigorar a Constituição de 1937, que concentrava o poder no chefe do executivo. A pena de morte foi instaurada no Brasil, os partidos políticos foram suprimidos e Vargas poderia, a qualquer momento, com o estado de emergência, invadir qualquer casa.

O plano acabou por dar ainda mais poder ao Presidente Getúlio Vargas e, então, em 1945, o general Goés revelou que o plano era uma farsa e comunicou que o documento havia sido entregue por Mourão Filho, que alegou ter feito o documento para ser utilizado pelo AIB. Goés explicou ainda que o documento era uma farsa que foi criada para justificar a permanência de Vargas no poder e minimizar a ação dos oposicionistas, que eram os movimentos de esquerda, deixando o presidente livre para governar sem problemas com oposição.

Objetivos e medidas

O documento apresentado como um plano comunista descrevia uma ação em que os militares seriam eliminados, presos libertados, lojas e casas depredadas e, além de tudo isso, um dos objetivos do plano era o sequestro dos Ministros de Estado, do Presidente do Supremo Tribunal e dos Presidentes da Câmara do Senado.

O plano todo tinha como objetivo fingir que os comunistas estavam tentando tomar o poder em uma revolução, de forma a deixar a população temerosa e aproveitar sua fragilidade para justificar a permanência de Getúlio no poder.