Prosódia e ortoépia são as áreas da gramática responsáveis pelo estudo da pronúncia correta das palavras. Neste artigo, veremos as explicações sobre cada uma delas.
Prosódia
De acordo com o gramático Domingos Paschoal Cegalla, prosódia é a parte da fonética que tem por objeto a exata acentuação tônica das palavras.
Um erro de prosódia acontece quando há transposição do acento tônico de uma palavra, isto é, ele é transportado de uma sílaba para outra na fala. Assim, uma palavra paroxítona pode ser transformada em oxítona, por exemplo. Quando há o deslocamento do acento prosódico, dizemos que o indivíduo cometeu silabadas.
Confira a seguir algumas palavras que causam dúvidas quanto à pronúncia, causando os erros mais comuns de prosódia:
- Oxítonas: cateter, condor, masseter, ruim, sutil, sutis, ureter, hangar, novel, recém, refém, mister, negus etc.
- Paroxítonas: alcácer, austero, avaro, batavo, Bolívar, caracteres, ciclope, decano, Epicuro, erudito, filantropo, gratuito, fortuito, impudico, inaudito, misantropo, ônix, necromancia, poliglota etc.
- Proparoxítonas: aeródromo, aerólito, década, égide, elétrodo, lêvedo, leucócito, alcoólatra, apóstata, antídoto, arquétipo, crisântemo, hieróglifo, ínterim, invólucro, pólipo, vermífugo etc.
Existem também palavras na língua portuguesa cujo acento é incerto, oscilante, admitindo pronúncias duplas. Alguns exemplos são os seguintes: acrobata e acrobata; autópsia e autopsia; hieroglifo e hieróglifo; Oceania e Oceânia; projétil e projetil; réptil e reptil; xerox e xérox.
Há também palavras que assumem significados diversos conforme a acentuação tônica. Por exemplo: valido (verbo validar) e válido (adjetivo); Cupido (deus do amor) e cúpido (ambicioso); fervido (particípio de ferver) e férvido (quente, ardoroso); vivido (experiente, que viveu muito) e vívido (vivaz, que tem vivacidade).
Ortoépia
Segundo o gramático Cegalla, a ortoépia (do grego orthós, correto + hepós, fala) ocupa-se da boa pronunciação das palavras no ato de fala. É a ortoépia que trata da perfeita emissão das vogais e dos grupos vocálicos, respeitando o timbre (aberto ou fechado) das vogais tônicas, além da correta e adequada ligação das palavras na frase e a articulação correta e nítida dos fonemas consonantais.
Os erros de ortoépia são denominados cacoépia. Confira alguns erros a seguir:
CORRETO | INCORRETO |
Bandeja | Bandeija |
Advogado | Adevogado |
Asterisco | Asterístico |
Empecilho | Impecilho |
Cuspe | Guspe |
Estupro | Estrupo |
Intitular | Entitular |
Privilégio | Previlégio |
Fachada | Faixada |
Em sua “Novíssima Gramática da Língua Portuguesa”, Domingos Paschoal Cegalla afirma que em muitas palavras há divergência quanto ao timbre das vogais tônicas /e/ e /o/. De acordo com o gramático, recomenda-se pronunciar:
- a) com timbre aberto: acerbo, coeso, grelha, groselha, ileso, obsoleto, dolo, inodoro, suor etc.
- b) com timbre fechado: acervo, cerda, escaravelho, algoz, crosta, bodas, poça, torpe etc.
Plurais metafônicos
O conceito de plurais metafônicos diz respeito à mudança de timbres de alguma vogal ao ser flexionada para o plural. Trata-se de um fenômeno muito comum na língua portuguesa. Confira alguns exemplos a seguir:
Aposto – apostos
Caroço – caroços
Corcovo – corcovos
Destroço – destroços
Fosso – fossos
Olho – olhos
Povo – povos
Tijolo – tijolos