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Protozoários – Reprodução, doenças e características

Os protozoários são organismos unicelulares, heterótrofos, eucariontes, pertencentes ao grupo dos protistas. O termo protista deriva do grego e significa “primeiro de todos”, refletindo a ideia de que eles teriam sido os primeiros eucariontes a surgir no curso da evolução.

Esse termo foi criado há muitos anos, quando se falava em filo Protozoa dentro do reino animal. Atualmente, emprega-se “protozoário” como uma designação coletiva, sem valor taxonômico.

Estes indivíduos podem se reproduzir assexuadamente ou sexuadamente e são organizados em quatro filos: sarcodina, mastigophora, ciliophora e sporozoa. São encontrados habitando os mais diversos lugares, principalmente ambientes úmidos, em água doce ou salgada. Podem causar diversas doenças, como malária, toxoplasmose, giardíase e entre outras. Os protozoários podem parasitar alguns seres vivos, inclusive o homem, causando-lhe doenças.

Protozoários: aspecto gerais

Os protozoários são unicelulares, o que significa que possuem apenas uma única célula e seu tamanho pode variar entre 2 e 1000 μm. Sua sobrevivência se dá a partir da absorção de nutrientes do meio externo, pois eles não têm a capacidade de sintetizar a matéria orgânica a partir da inorgânica.

Protozoários

Os protozoários são unicelulares, ou seja, são formados por apenas uma célula (Foto: depositphotos)

A flexibilidade ou a rigidez existente no corpo desses seres varia muito de acordo com a sua forma, dependendo exclusivamente de como se apresenta o seu citoesqueleto, que se localiza logo abaixo do que chamamos de membrana celular. A união dessa membrana com esse citoesqueleto resulta no que chamamos de “película”, que é uma espécie de parede corporal típica desse organismo.

Características

São unicelulares, heterótrofos, eucariontes, algumas espécies podem ser parasitárias de invertebrados e vertebrados ou simplesmente possuírem vida livre.

O que são e onde são encontrados?

O termo protozoário é uma designação coletiva para unicelulares eucariontes heterótrofos que obtém seus alimentos por ingestão ou absorção. Esses organismos podem ser encontrados em ambientes aquáticos ou úmidos.

Como se reproduzem?

A reprodução pode ser assexuada ou sexuada. Assexuadamente por divisão/fissão binária ou múltipla, onde o núcleo se divide em várias partes e em seguida a célula se multiplica em várias outras, dando assim origem a novos indivíduos. Sexuadamente por conjugação e algumas espécies também podem apresentar a chamada alternância de gerações.

Como respiram?

A maioria dos protozoários apresenta respiração aeróbica, absorvendo oxigênio por um sistema de difusão, o que muito depende das condições ambientais. Alguns desses protozoários possuem a capacidade de formar cistos, o que contribuiu para que eles retomassem a sua formação original em condições mais favoráveis à respiração.

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Doenças

Entre as várias doenças causadas por esses seres podemos destacar, por exemplo: Trichomonas vaginalis, um parasitário que se aloca na vagina das mulheres, causando a tricomoniase. A doença de Chagas que é transmitida através das fezes de um inseto chamado barbeiro ou chupança. As fezes são deixadas nas proximidades onde o inseto picou o seu hospedeiro, permitindo que o protozoário Trypanosoma cruzi penetre na corrente sanguínea através da picada.

A malária também é doença causada por um protozoário do gênero plasmodium, havendo três variações da espécie (p. vivax, p. malarie e p. falciparum). Tal doença afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente em regiões tropicais.

A toxoplasmose também é causada por um protozoário, o toxoplasma gondii. Geralmente assintomática, mas pode causar cegueira. A transmissão acontece pela ingestão de cistos do parasita existente nas fezes do gato ou pela ingestão de carne crua ou malcozida contaminada pelo parasita.

Classificação dos protozoários

Filo Sarcodina ou Rhizopoda: protozoários heterótrofos que se deslocam ou capturam alimentos pela emissão de pseudópodes (pseudo = falso; podos =pés). É o caso dos amebozoários e dos foraminíferos. Nos amebozoários estão os mixomicetos e as amebas. Os mixomicetos são organismos que vivem em solos úmidos e sobre troncos de árvores. Eles se alimentam de detritos.

As amebas podem ser encontradas em água doce, solos úmidos e mares. Algumas espécies são parasitas, inclusive do ser humano. Já os foraminíferos são organismos especialmente marinhos que vivem no sedimento, embora existam algumas espécies que vivem em suspensão na água. Eles geralmente apresentam exoesqueleto formado por carbonato de cálcio ou pela aglutinação de areia, espículas de esponjas ou outros materiais inorgânicos.

Esses organismos deixaram amplo registro fóssil. Geólogos usam foraminíferos fósseis como indicadores de locais onde pode haver petróleo e também para avaliar dados climáticos de eras geológicas passadas, com base na temperatura dos mares.

Filo Mastigophora ou Flagellata: (mastix = flagelo; phoros = portador), protozoários que se deslocam por meio de flagelos, como é o caso das euglenófitas (há formas não clorofiladas nesse grupo), tripanossomos, giárdias, triconinfas, tricomonas, dinoflagelados (há formas não clorofiladas nesse grupo).

Como se pode notar, há aqui grupos que incluem formas clorofiladas e não clorofiladas e que sempre foram tratadas tanto pelos botânicos como pelos zoólogos. Os dinoflagelados são unicelulares ou coloniais, têm em geral dois flagelos que se dispõem de modo característico: um deles circunda a célula, promovendo seu giro como um pião e o outro volta-se para a região posterior da célula, fazendo com que ela se desloque para a frente.

Entre os dinoflagelados existem representantes tóxicos, como Gonyaulax catenela e Gymnodinium breve, duas espécies que podem provocar um fenômeno conhecido por maré vermelha. Sob determinadas condições ambientais, ocorre intensa proliferação de organismos tóxicos, formando extensas manchas de cor geralmente avermelhada ou amarelada na superfície do mar, causando grande mortalidade de peixes e de outros animais marinhos.

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Filo Ciliophora: protozoários heterótrofos que se deslocam ou obtêm alimento por meio de cílios. Seus cílios também são importantes na filtragem do alimento. Ocorrem na água doce, no mar e em ambientes terrestres úmidos. É nesse grupo que se encontra a maior diversidade de espécies de protozoários. Existem representantes predadores, outros que se alimentam de algas e há também parasitas e filtradores de partículas. Exemplo: Paramécio. O paramécio é um protozoário de vida livre, muito comum em lagoas, tanques e poças de água doce.

Filo Sporozoa: protozoários heterótrofos que não apresentam estruturas especiais para o deslocamento, como pseudópodes, cílios e flagelos, mas podem se deslocar no meio por flexões do corpo ou por deslizamento. Obtêm alimento principalmente por absorção ou pinocitose. É o caso do plasmódio, causador da malária. Também são chamados de apicomplexos, devido à presença de uma estrutura chamada complexo apical, relacionada ao processo de penetração ou fixação desse parasita na célula do hospedeiro.

Sobre o autor

Natália Duque é Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.