Biografia de Rachel de Queiroz

Nascida no dia 17 de novembro de 1910 em Fortaleza, Raquel de Queiroz era filha de Daniel e Clotilde, além de ser descendente por parte de mãe dos Alencar – sua bisavó era prima de José de Alencar, famoso escritor, autor de “O Guarani” -. Educada diretamente por seu pai, a autora, aos 5 anos leu “Ubirajara”, mas, como gostava de frisar, “sem entender nada”. No ano de 1917, buscando fugir da seca e seus horrores, seu pai mudou-se com a família para o Rio de Janeiro – fato que foi aproveitado como tema para o seu livro “O Quinze”.

Mudaram-se, no entanto, logo em seguida, para Belém do Pará, onde viveram por dois anos, retornando ao Ceará posteriormente. Lá, Rachel formou-se professora aos 15 anos de idade, mas sua formação escolar foi interrompida nesse momento. Após sair do internato, a escritora retornou à fazenda de seus pais e dedicou-se à leitura que foi o estímulo de seus primeiros escritos.

Biografia de Rachel de Queiroz

Foto: Reprodução

A vida profissional

Utilizando o pseudônimo de Rita de Queluz, a autora enviou ao jornal O Ceará, no ano de 1927, uma carta que ironizada o concurso Rainha dos Estudantes e, o diretor do jornal – amigo de seu pai – ao ver o sucesso da carta, faz um convite para que Rachel faça parte do jornal. Um fato curioso é que, ironicamente, a escritora foi eleita, três anos depois, como Rainha dos Estudantes do colégio em que se formou quando trabalhou como professora substituta. Durante a festa de coroação, chegou a notícia do assassinato de João Pessoa, e então ela joga a coroa no chão e com uma única explicação, deixa o local: “Sou repórter”.

No ano de 1930, quando foi submetida a um tratamento rígido de saúde devido a uma congestão pulmonar e suspeita de tuberculose, ela é obrigada a repousar e, com isso, escreve “O Quinze”, livro que retrata a seca. Profundamente social e realista, o livro conquistou seus pais que emprestam o dinheiro para a publicação. Com a hesitação dos críticos cearenses, Rachel envia o livro para o Rio de Janeiro e São Paulo, onde foi elogiada. Graças ao livro, tornou-se uma personalidade literária.

No ano seguinte recebe um prêmio no Rio, onde conhece integrantes do Partido Comunista. Volta ao Ceará e cria o PC Cearense. Após casar-se, é presa como agitadora comunista e tem seu livro “João Miguel” censurado pelo seu próprio partido. Fingindo concordar, ela foge, rompendo com o partido, e publica sua obra pela editora Schmidt no Rio. Mudou-se para São Paulo onde teve sua primeira filha, Clotilde.

Mudou-se para Maceió onde, com 18 meses, perde sua filha, vítima de septicemia. Lá conhece importantes escritores como Graciliano Ramos e José Lins do Rego. Separou-se do marido e mudou-se novamente para o Rio de Janeiro, dando continuidade à sua vida profissional.

Obras

Quando separou-se do marido, publicou seu quarto romance, chamado “As Três Marias” No ano de falecimento de seu pai, 1948, publica “A Donzela e a Moura Torta”, seguido de quarenta edições da revista O Cruzeiro no ano de 1950.

Para o teatro, escreveu “Lampião”, peça que foi montada no ano de 1953. Aos 90 anos, a escritora afirma que não gosta de escrever, mas o faz para manter seu sustento. Continua escrevendo, até a sua morte, no ano de 2003.

Suas principais obras são “O Quinze”, “As Três Marias”, “Dôra, Doralina”, “O Galo de Ouro” e “Memorial de Maria Moura” que, para a autora, eram os únicos considerados. Para ela, o restante eram “compilações de crônicas que fiz para a imprensa, sem muito prazer de escrever, mas porque precisava sustentar-me”.