Redundância – O que é, como evitar e exemplos

Um dos vícios mais comuns da linguagem é a redundância e, talvez exatamente por isso, seja difícil perceber quando estamos sendo redundantes. Muitas vezes nos deparamos com pessoas dizendo frases com muitos sinônimos e isso acaba fazendo com que, aos nossos olhos e ouvidos, a frase seja considerada normal, afinal, ela é corriqueira. A redundância consiste em repetir uma ideia que já está explícita no discurso, fazendo com que ele fique cansativo e comprometa a qualidade da mensagem.

Quando usar

No geral, a redundância deve ser evitada, pois pode passar a impressão de que o texto está fraco e vazio, por ficar dando voltas na mesma conclusão. No entanto, esse artifício é permitido em casos onde fica claro que seu uso foi proposital, pois quando muito bem utilizado, esse vício de linguagem consegue retificar um discurso e enriquecê-lo. Vale ressaltar que usar a redundância dessa forma é bastante difícil. É comum ver essa utilização em livros, crônicas e poesias, onde há a licença poética, que permite essa liberdade, e encontramos autores que possuem um vasto conhecimento da língua portuguesa.

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Imagem: Estudo Prático

A redundância

É mais comum falar de maneira redundante do que escrever, uma vez que, quando escrevemos, prestamos mais atenção às palavras e à formação das orações e, quando falamos, não refletimos muito sobre o que está saindo da nossa boca. Quer um exemplo? “Conclusão final”. Com certeza você já ouviu alguma sentença com essa frase, mas já parou para prestar atenção de que a palavra “conclusão” já nos passa a ideia de que é finalizadora? Essa palavra já nos indica que após ela não vem mais nada, por isso, é completamente desnecessária a utilização de “final”.

Esse vício de linguagem, tão comum no português falado, deve ser combatido, para não empobrecer o discurso e não aparecer na hora de escrever um texto importante. Como a redundância surge praticamente de maneira automática, a única maneira de coibi-la é policiar a si mesmo e começar a ter um olhar mais crítico também sobre a maneira com que os outros falam.

Exemplos

Confira agora alguns dos vícios de linguagem mais comuns e veja como muitos deles passam despercebidos durante o nosso dia a dia:

  • “antecipar para antes”;
  • “conclusão final”;
  • “conviver junto”;
  • “elo de ligação”;
  • “encarar de frente”;
  • “ganhar grátis”;
  • “subir pra cima”;
  • “descer pra baixo”;
  • “há anos atrás” (o verbo haver já indica tempo decorrido);
  • “manter o mesmo”
  • “metades iguais”;
  • “panorama geral”;
  • “exportar para fora”;
  • “planos para o futuro”
  • “protagonista principal”;
  • “repetir de novo”;
  • “cabeça decapitada”;
  • “planejar antecipadamente”
  • “surpresa inesperada”.

Sobre o autor

Formada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas) pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), com certificado DELE (Diploma de Español como Lengua Extranjera), outorgado pelo Instituto Cervantes. Produz conteúdo web, abrangendo diversos temas, e realiza trabalhos de tradução e versão em Português-Espanhol.