A intertextualidade é definida como um diálogo entre dois ou mais textos, sendo um fenômeno que pode manifestar-se de diferentes maneiras e que pode ocorrer de maneira proposital ou não.
Este fenômeno pode se compreendido como a produção de um discurso com base em outro texto previamente estruturado e que pode ser construído de maneira implícita ou explícita, o que exigirá maior ou menor análise do leitor.
Neste artigo, saiba mais sobre os tipos de intertextualidade.
Intertextualidade implícita e explícita
A intertextualidade pode ser construída de maneira explícita ou implícita. Na intertextualidade explícita, as fontes nas quais o texto baseou-se ficam claras e acontece de maneira intencional. Este tipo de intertextualidade pode ser encontrada principalmente nas citações, nos resumos, resenhas, traduções e em diversos anúncios publicitários. A intertextualidade é localizada na superfície do texto, pois alguns elementos são fornecidos para a identificação do texto fonte. Assim sendo, este tipo de intertextualidade exige mais do leitor a capacidade de compreensão do que dedução.
A intertextualidade implícita não apresenta citação expressa da fonte, exigindo mais atenção e análise por parte do leitor. O intertexto não está na superfície textual, pois não fornece elementos que o leitor possa relacionar imediatamente com algum outro tipo de texto fonte.
Desta maneira, este tipo de intertextualidade pede do leitor uma maior capacidade de realizar analogias e inferências, buscando na memória alguns conhecimentos preservados para que possa compreender o texto lido de maneira adequada. A intertextualidade implícita é comumente encontrada nos textos do tipo paródia, do tipo paráfrase e na publicidade.
Tipos de intertextualidade
Confira a seguir os principais tipos de intertextualidade:
- Epígrafe: Um texto inicial que tem como objetivo a abertura de uma narrativa. Trata-se de um registro escrito introdutório que possui a capacidade de sintetizar a filosofia do escritor.
- Citação: Referência a uma passagem do discurso de outrem no meio de um texto. Apresenta-se entre aspas e acompanhada da identidade do criador.
- Referência e alusão: O escritor não indica abertamente o evento, ele insinua por meio de alegorias ou qualidades menos importantes.
- Paráfrase: Ocorre quando o escritor reinventa um texto pré-existente, resgatando a filosofia originária. Termo proveniente do grego “para-phrasis”, que possui o sentido de reprodução de uma frase. Este tipo de intertexto repete um conteúdo ou um fragmento dele claramente em outros termos, mas com a preservação da ideia inicial.
- Paródia: O autor se apropria de um discurso e opõe-se a ele. Muitas vezes ocorre a desvirtuação do discurso originário, seja pelo desejo de criticá-lo ou para marcar uma ironia.
- Pastiche: Derivado do latim pasticium, o pastiche é compreendido como uma espécie de colagem ou montagem, resultando em uma colcha de retalhos.
- Bricolagem: É um tipo de intertextualidade muito utilizado na pintura e na música, mas que também aparece na literatura. Ocorre quando a criação de um texto é formado a partir de fragmentos de outros, em um processo de citação extrema.
- Tradução: Caracteriza-se em uma espécie de recriação, na qual um texto passa por uma adequação em outra língua. Por exemplo, quando um livro em português é traduzido para o espanhol.
*Débora Silva é graduada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas)