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Tragédia

Chamamos de tragédia – do grego antigo –, uma forma de dramatização caracterizada por sua seriedade, dignidade e a presença da representação de deuses, do destino ou de contextos da sociedade. Derivada da poética e da tradição religiosa da Grécia Antiga, a tragédia possui raízes no ditirambos, que eram os cantos e danças realizados em homenagem e honra ao deus grego Dionísio – para os romanos, Baco -. As apresentações, dizia-se, foram criadas pelos sátiros, que eram seres meio podes que cercavam Dionísio em suas orgias. Isso deu origem ao nome, pois as palavras gregas τράγος e ᾠδή, que significam respectivamente bode e canto, originaram a palavra tragosoiodé – canções dos bodes. Daí a palavra tragédia foi derivada.

Tragédia

Foto: Reprodução

O pai da tragédia

Ésquilo, nascido no ano de 524 a.C. e falecido em 455 a.C. é conhecido como o pai da tragédia. Isso por ter dado uma forma definitiva à ela quando introduziu um segundo ator. Agiu ainda como um impulsionador das modificações substanciais em aspectos externos que envolvem a decoração, vestuário e máscaras, além dos aspectos internos que envolvem a paixão, o terror e a piedade.

Os personagens de Ésquilo são grandes heróis que lutam contra os caprichos dos deuses, ou ainda contra a força do destino. Conservam-se atualmente apenas sete das suas numerosas obras. Todas elas envolvem o sentimento religioso e, a mais famosa, é a trilogia que recebe o nome de Orestíada e Prometeu Agrilhoado.

A perfeição da tragédia grega

Com Sófocles, nascido em 496 a.C. e falecido em 406 a.C., a tragédia grega alcançou a perfeição. Seus argumentos eram retirados das mesmas fontes mitológicas de Ésquilo, mas seus argumentos apresentam-se de forma mais desenvolvida e variada. Foi ele quem introduziu o terceiro ator, além do desenvolvimento do diálogo adquirindo muita importância.

Seus personagens, ao contrário de Ésquilo, apesar de ainda sofrerem grande influência do destino, não se tratam mais de heróis que são movidos pela fatalidade, e sim homens que possuem vontade própria. Entre suas obras, sete são conservadas atualmente. Entre elas, são destaque Antígona, Electra e Rei Édipo.

A mudança: Nem deus nem destino

A grande mudança revolucionária da tragédia, no entanto, veio com Eurípides que viveu de 480 a.C. a 406 a.C. Suas obras não obtiveram tanto sucesso quanto às de Sófocles, pois por ser mais realista e pessimista desagradava. O mundo dos deuses, já em Sófocles, se mostrava ausente e incompreensível, mas com Eurípides é algo ainda mais distante.

Seus personagens são homens que não aparecem como instrumentos que são manuseados livremente pelos deuses, ou ainda vítimas do desejo. Eles atuam movidos por seus próprios impulsos e, com isso, Eurípedes pretendia impressionar o público. Com o pateticismo ou ainda com desfechos inesperados, ele consegue impressionar. Entre suas obras mais conhecidas, destaca-se uma: Medeia.