Na segunda metade do século XVIII, a Europa vivia a primeira fase da Revolução Industrial e ainda dava início ao neocolonialismo, na iminência de dominar países africanos, americanos e asiáticos. A busca pela conquista de novos mercados desencadeou conflitos armados e criou uma necessidade de se criar algum tipo de comida que fosse fácil de ser transportada e que durasse bastante tempo para os soldados.
A busca foi tão grande que, em 1795, o governo francês chegou a oferecer um prêmio para quem conseguisse ter uma ideia para amplificar a duração de conservação da comida. Até porque, convenhamos, não era lá muito prático andar com pedaços enormes de carne com sal e óleo, usados para conservar. Saúde? Bem, digamos que não é a toa que a contaminação por doenças era muito comum.
Com a chegada da segunda fase da Revolução Industrial, a alimentação sofreu uma mudança. No início do século XX, já se encontrava no mercado os produtos enlatados, congelados e industrializados. Não eram vendidos já prontos, como estamos acostumados, e sim, processados, como o leite em pó, o açúcar ou o leite condensado.
As mulheres também começaram a trabalhar e, com isso, sobrava pouco ou nenhum tempo para cozinhar. Esse fator foi uma das causas do surgimento dos mais diversos restaurantes, que vendiam a comida já pronta, geralmente, para levar para casa, como a típica “marmita”. Esses, possivelmente, foram os pais dos fast-foods.
Com os alimentos ganhando mais tempo de conservação, e o surgimento de novas tecnologias de transportes, como os navios refrigerados, ingredientes foram sendo espalhados pelos mais diversos países, difundindo sabores e culturas. Alimentos antes só consumidos na Ásia, por exemplo, começaram a ser exportados para a Europa e Américas. Foi o processo de globalização da comida.
Falou de 1960, lembramos logo do quê? Pois é, nesse período, o movimento naturalista e hippie trouxeram de volta um olhar para a comida mais natural, longe de conservantes, industrializados, mas principalmente, vegetariana. Desse ano em diante, milhares de pessoas aderiram a essa ideia e transformaram seu paladar – e sua saúde também.
Hoje em dia, a comida vem ganhando cada vez mais um olhar gourmet. Até aplicativos para amantes da culinária se conhecerem estão sendo criados (procure por Tender, já disponível para Android e iOS). Sem falar na praticidade de nem precisar sair de casa em busca de algo para comer. Diversos restaurantes já fazem entregas delivery, ou seja, é só ligar e pronto. É muita comodidade, não?
A fome, apesar da enorme produção de alimentos mundo afora, e os efeitos das mudanças climáticas têm movimentado o mundo dos cientistas. Esses, procuram por outras opções que saciem a demanda de todos. Inclusive, já estão criando um tipo de carne, 100% natural, produzida em laboratórios. Isso porque em breve, as criações de gado e afins serão inviáveis, por falta de recursos como espaço e água. O problema é que o preço vai ser bem elevado. Para se ter ideia, o primeiro hambúrguer feito em laboratório saiu pela bagatela de R$ 770 mil. E aí, você compraria?