Considerado o expoente máximo do simbolismo, escola literária que se opunha ao realismo, ao naturalismo e ao positivismo, na língua portuguesa, Camilo Pessanha foi um poeta, tradutor e ensaísta português.
A sua poesia pessimista, tinha como principal característica a rejeição pelo mundo material. Infelizmente, não tinha preocupação em guardar em papel o que escrevia, tendo apenas um livro publicado, o que o torna um poeta de leitura pouco acessível para o grande público.
Apesar de ter uma obra pequena, Camilo Pessanha é considerado um dos poetas mais importantes da língua portuguesa.
História da vida de Camilo Pessanha
Juventude
Filho de António de Almeida Pessanha, um profissional do direito, e de Maria do Espírito Santo Duarte Nunes Pereira, uma empregada da família de António, Camilo de Almeida Pessanha nasceu em Coimbra, Portugal, no dia 7 de setembro de 1867.
Após desilusão amorosa, o autor optou por se exilar na Ásia (Foto: Reprodução/O Falcão de Jade)
Durante sua infância, viveu em várias regiões de Portugal, já que seu pai, agora como juiz, era de tempos em tempos transferido para outras comarcas.
Logo após terminar o ensino médio, Camilo Pessanha ingressa no Curso de Direito da Universidade de Coimbra. Durante seu período acadêmico, começou a publicar poemas em revistas e jornais da região.
Em 1891, Pessanha se torna bacharel em direito e um ano depois, ingressa na magistratura, tornando-se procurador régio da cidade de Mirandela. Dois anos depois, se mudou para a vila de Óbidos, onde passou a atuar como advogado.
Canção da partida
Ao meu coração um peso de ferro
Eu hei-de prender na volta do mar.
Ao meu coração um peso de ferro…
Lançá-lo ao mar.
Quem vai embarcar, que vai degredado,
As penas do amor não queira levar…
Marujos, erguei o cofre pesado,
Lançai-o ao mar.
E hei-de mercar um fecho de prata.
O meu coração é o cofre selado.
A sete chaves: tem dentro um carta…
— A última, de antes do teu noivado.
A sete chaves — a carta encantada!
E um lenço bordado… Esse hei-de o levar,
Que é para o molhar na água salgada
No dia em que enfim deixar de chorar.
Exílio
Após sofrer uma desilusão amorosa, por ter seu pedido de casamento à também escritora Ana de Castro Osório recusado, Camilo Pessanha escolheu Macau, na época colônia de Portugal, para seu exílio voluntário.
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Chegou à região asiática no dia 10 de Abril de 1894. Após um concurso para professores para a escola secundária de Macau, Pessanha passou a atuar como professor de filosofia. Anos mais tarde, também lecionou economia, direito comercial e português.
Em 1900, tornou-se servidor público e atuou como conservador do registro predial de Macau. Quatro ano depois, ocupou o cargo de juiz de direito substituto.
Aproveitando seu conhecimento na língua chinesa, já que no Macau tanto o português quando o chinês são idiomas oficiais da região, Pessanha se dedicou a traduzir poemas de autores locais.
Morte
Sua saúde frágil, aliado ao vício em ópio obtido devido a facilidade de acesso à droga na Ásia, Camilo Pessanha precisou fazer várias viagem à Portugal a fim de se tratar.
O uso excessivo de ópio, que normalmente é fumado com o uso de um cachimbo, fez com que o poeta desenvolvesse tuberculose, doença que tirou sua vida no dia 1 de março de 1926.
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Sobre o simbolismo
Sendo chamado anteriormente de decadentismo, por seu caráter pessimista e sua natureza decadente, o simbolismo nasceu na França, no fim do século XIX.
O decadentismo passou a ser chamado de simbolismo após a publicação do poeta grego, Jean Moréas, Manifesto Simbolista, em 1886. As principais características do simbolismo são a individualidade, misticismo, espiritualismo, subjetivismo, musicalidade e sinestesia.
Os autores Augusto dos Anjos (Eu), Cruz e Sousa (Evocações) e Alphonsus de Guimarães (Dona Mística), são os principais representantes do simbolismo no Brasil.
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