Assim, é fundamental saber quais palavras, expressões e verbos empregar no texto para que o mesmo represente uma boa redação. Repetição de palavras, utilização de clichês, bordões e frases prontas não são bem-vindos, pois passam a ideia de um texto pobre, cujo escritor possui uma pequena variabilidade linguística. Ser objetivo e coeso também é um pré-requisito.
É muito comum a utilização repetida de verbos comuns do cotidiano, a exemplo de fazer, dar, ter, ser, entre outros, ao invés do emprego de verbos específicos e mais adequados para cada contexto descrito em um texto. A seguir é possível perceber alguns exemplos típicos.
Fazer. Uma boa educação faz bons cidadãos (gera, produz); A pobreza faz desemprego e consequentemente a miséria (promove, gera, ocasiona); A violência no trânsito faz inúmeras vítimas diariamente (produz, cria).
Dar. O evento naquela região deu bons frutos para a economia local (gerou, produziu); Os meios de comunicação deram a informação (publicaram, divulgaram); Os pais deram muita atenção ao filho mais novo (dedicaram).
Ter. A administração do local não tem alternativa (possui); Todo cidadão tem esse direito perante a lei (possui, merece); Identifiquei que ali tem um problema (existe, há).
Confira abaixo o exemplo de um bom desenvolvimento de redação. O trecho foi extraído da redação da jovem Larissa Freisleben, texto o qual obteve nota mil no Enem 2014. A estudante intitulou sua redação de “Publicidade infantil: perigoso artifício”.
Os nazistas já conheciam os efeitos de uma boa publicidade: são inúmeros os casos de pais delatados pelos próprios filhos –o que mostra a facilidade com que as crianças são influenciadas. Essa vulnerabilidade é maior até os sete anos de idade, quando a personalidade ainda não está formada. Muitas redes de lanchonetes, por exemplo, valem-se disso para persuadir seus jovens clientes: seus produtos vêm acompanhados por brindes e brinquedos. Assim, muitas vezes a criança acaba se alimentando de maneira inadequada na ânsia de ganhar um brinquedo.
A publicidade interfere no julgamento das crianças. No entanto, censurar todas as propagandas não é a solução. É preciso, sim, que haja uma regulamentação para evitar a apelação abusiva –tarefa destinada aos órgãos responsáveis. No caso da alimentação, a questão é especialmente grave, uma vez que pesquisas mostram que os hábitos alimentares mantidos até os dez anos de idade são cruciais para definir o estilo de vida que o indivíduo terá quando adulto. Uma boa solução, nesse caso, seria criar propagandas enaltecendo o consumo de frutas, verduras e legumes. Os próprios programas infantis poderiam contribuir nesse sentido, apresentando personagens com hábitos saudáveis. Assim, os pequenos iriam tentar imitar os bons comportamentos.