Pouco tempo depois, mais precisamente no ano de 1987, a palavra “music” foi acrescida a expressão, transformando-se em “axé music”. Os créditos são do jornalista Hagamenon Brito.
Segundo ele, a explicação para isso foi a própria universalidade do ritmo, o que designaria pejorativamente aquela música dançante com aspirações internacionais. Com o impulso da mídia, o axé music rapidamente se espalhou por todo o país, com a realização de carnavais fora de época, as chamadas micaretas.
Algumas canções que nasceram junto com a criação do ritmo são vistas como verdadeiros marcos na história do axé. Uma das mais relevantes é “Fricote”, escrita por Paulinho Camafeu e interpretada por Luiz Caldas. Não demorou muito para que a canção caísse no gosto do Brasil, alavancando a carreira do artista, que na época era líder da banda Acordes Verdes, que tinha Carlinhos Brown na percussão.
Além de Caldas, outros nomes também pegaram carona no ritmo, emplacando grandes sucessos: Sarajane (“Abre a rodinha”), Gerômino (“Eu sou negão”), Banda Reflexus (“Madagascar”), Cid Guerreiro, Banda Mel, Olodum, Chiclete com Banana, Araketu, Banda Eva, Timbalada, Asa de Águia e Babado Novo, para citar algumas.
Na década de 1990, o ritmo se reinventou, ganhando novas caras. Foi quando apareceu Netinho, Ricardo Chaves e Daniela Mercury. Outros nomes também despontaram nas paradas de sucesso, muitos deles em bandas, depois em carreira solo, a exemplo de Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Márcia Freire e Margareth Menezes.
Nessa mesma época, bandas que carregaram o samba de roda baiano começaram a ser influenciadas pelo ritmo, apresentando para o grande público “É o Tchan” e “Terra Samba”, que acabaram virando os percussores da terceira onda da música baiana.
Sob a batuta dos músicos Dodô e Osmar, na década de 1950, uma nova invenção ganhou as ruas de Salvador, puxando verdadeiras multidões. Um Ford 1929 serviu de palco para que os músicos levassem a música ao público. Nascia o trio elétrico que trazia o frevo pernambucano em guitarras elétricas. Com o passar dos anos, o carnaval com esse novo formato foi ganhando corpo, ganhando destaque no país e no mundo.
Não demorou muito para que essa invenção fosse, definitivamente, incorporada no carnaval baiano. Foi aí que surgiram os blocos, seguido dos blocos afro. Assim, hoje, o carnaval baiano é um produto de muitas interferências, sobretudo do axé music, que passou a figurar como identidade musical.