A partir da importância que a manifestação acabou ganhando, muitos personagens foram surgindo, sendo cada um deles com a sua própria representação. São figuras do maracatu o rei, rainha, dama-de-honra da rainha, dama-de-honra do rei, príncipe, princesa, dama-de-honra do ministro, ministro, dama-de-honra do embaixador e embaixador.
Ainda são identificados na manifestação a figura do duque, duquesa, conde, condessa, quatro vassalos, quatro vassalas, três calungas, três damas-do-paço (responsáveis pelas calungas durante o desfile), porta-estandarte, escravo, figuras do tigre e do elefante, guarda coroa, corneteiro, baliza, secretário, lanceiros, brasabundo, batuqueiros, caboclos e baianas.
Na percussão, a atenção se volta para os grandes tambores, chamados de alfaias que são tocados com talabartes (baquetas especiais para o instrumento). Estes dão o ritmo ou o baque da música e são acompanhados pelos caixas ou taróis, ganzás e um gonguê ou agogô.
Veja também: Axé, Samba, Frevo: a origem dos principais ritmos do Carnaval do Brasil [1]
A manifestação tem um forte apelo religioso. À medida que as irmandades foram perdendo força, os maracatus passaram a fazer suas apresentações durante o Carnaval, principalmente no de Recife.
Além da parte mística, outra característica do maracatu do baque solto é o próprio som que os instrumentos fazem. Eles são tocados com toda efervescência, o que acaba marcando o compasso das apresentações.
Sendo assim, dois tipos de maracatu são identificados: o Maracatu Rural, também conhecido como maracatu de baque solto e Maracatu Nação, também conhecido como maracatu de baque virado.
Veja também: A origem do axé music, gênero musical brasileiro [2]
Distingue-se do Maracatu Nação ou Maracatu de Baque Virado em organização, personagens e ritmo. O cortejo do Maracatu Rural diferencia-se dos outros maracatus por suas características musicais próprias e pela essência de sua origem refletida no sincretismo de seus personagens. A orquestra é formada por instrumentos de percussão e sopro.
É formada por uma percussão que acompanha um cortejo a instituição que compreendia um setor administrativo e outra, festivo, com teatro, música e dança. A parte falada foi sendo eliminada lentamente, resultando em música e dança próprias para homenagear a coroação do rei Congo.
Os Maracatus de Baque Virado sempre começam em ritmo compassado, que depois se acelera, embora jamais alcance um andamento muito rápido. Antes de se ouvir a corneta ou o clarim, que precedem o estandarte da Nação, é a zoada do “baque” que anuncia, ao longe, a chegada do Maracatu.
Veja também: A origem do samba, ritmo tipicamente brasileiro [3]