Segundo ela, os dados de 2012 do Ministério da Justiça informam que 31.552 mulheres estavam presas no país. Dessas, 3.733 tinham Ensino Médio incompleto, 13.584 não haviam completado o Ensino Fundamental, 2.486 tinham sido apenas alfabetizadas e 1.382 eram analfabetas. Só 272 haviam concluído a faculdade.
Esse número de presas deu um salto nos últimos anos. Em 2004 era 16.473 contra os mais de trinta mil atuais, sendo mais de seis mil detidas por crimes contra o patrimônio e mais de dezessete mil por tráfico de drogas.
As condições são tão precárias que já foi alertada pelo Conselho de Diretos Humanos das Nações Unidas. A especialista afirma: “policiais e carcereiros resistiram até o último minuto para levar mulheres em trabalho de parto para o hospital, e em alguns casos, as mulheres deram à luz na própria cadeia”.
Uma denúncia que parte das detentas e que são descritas pela autora é em relação à prescrição desnecessária de remédios controlados, como antidepressivos e calmantes. “A administração dos presídios e os médicos responsáveis receitam remédios controlados para mantê-las ‘dóceis’. Mulheres dopadas dão muito menos trabalho”, explica Nana Queiroz.
Outros problemas que agravam a situação dos presídios brasileiros femininos é o machismo dos agentes, administradores e carcereiros que dificultam ao máximo a visita íntima para as mulheres. Além de situações especificas quanto à gravidez, higiene íntima, parto, amamentação e presença dos recém-nascidos no cárcere multiplicam ainda mais as dificuldades relacionadas às detentas femininas no Brasil.