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A vida animal que avança em Chernobyl

Em 1986, a cidade de Chernobyl, na Ucrânia, viveu momentos de terror devido ao maior acidente nuclear do Planeta. A radiação emitida por este evento matou tantas pessoas que ainda hoje o número de mortos é um mistério.

Além disso, a tragédia deixou sequelas nos sobreviventes e nas gerações seguintes, os quais apresentaram anomalias genéticas sérias e o desenvolvimento de diversas doenças. Por esta razão, a cidade foi evacuada e a área ainda permanece isolada.

Imagem de Chernobyl

Chernobyl (Foto: depositphotos)

Porém, ao contrário do que se possa imaginar devido a dimensão desta tragédia, ainda existe vida em Chernobyl.

Esta foi a conclusão que os estudiosos da Polesky State Radioecological Reserve, na Bielorússia, e da Universidade de Portsmouth, na Grã-Bretanha, chegaram ao publicarem os resultados de uma pesquisa sobre a fauna da região na revista Current Biology.

Como o acidente de Chernobyl interferiu na vida dos animais?

De acordo com os pesquisadores, é fato que a explosão nuclear alterou o conteúdo genético dos animais, assim como ocorreu no caso dos seres humanos. Contudo, a interferência do acidente é menos significativa em termos de diminuição da população animal do que a caça e desflorestamento.

Em outras palavras, pode-se dizer que a ação humana é bem mais prejudicial a vida dos animais do que o maior acidente nuclear do mundo.

Imagem radioativa

(Foto: depositphotos)

A zona de exclusão formada ao redor de Chernobyl totaliza 4.200 quilômetros quadrados, um território que abrange parte da Ucrânia e da Bielorrússia. Nesta área é estritamente proibido o acesso humano, devido as possíveis radiações. Todavia, foi exatamente nesta região que javalis, lobos, cervos e outros mamíferos começaram um processo de repovoação.

“Quando o homem está ausente, a natureza floresce, até mesmo no lugar onde aconteceu o pior acidente nuclear do mundo”, afirma um dos autores da pesquisa, Jim Smith.

Ainda segundo o estudioso, o número de animais nesta área é hoje maior do que se comparado ao número de antes do acidente, o que claramente explica a afirmação do pesquisador.

O estudo

Após 10 anos do acidente, os pesquisadores recolheram dados estatísticos dos animais da região de Chernobyl através de imagens feitas por helicópteros. Além disso, entre 2008 e 2010, os mesmos estudiosos acompanharam pistas relativas aos animais nesta mesma área.

Como resultado, os autores da pesquisa perceberam que a existência da fauna aumentou após o acidente, evidenciando que a caça, o desflorestamento e outras ações humanas são mais prejudiciais a vida dos animais, do que o próprio acidente.

Imagem do DNA

(Foto: depositphotos)

Vale ressaltar, porém, que os estudiosos sabem e confirmam que as radiações não são benéficas aos animais. Por isso, foi possível observar que logo nos primeiros anos após o acidente, o número de animais mortos ou com doenças genéticas foram altos.

“Sem dúvida os animais nas imediações de Chernobyl e Fukushima sofreram danos ao nível genético”, esclarece Smith. Mas, a não intervenção humana ao longo do tempo favorece o desenvolvimento de várias espécies de seres vivos e foi o que ocorreu e ainda ocorre em Chernobyl.

Confira a galeria de fotos:

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Fotos: reprodução/site Brasil247

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