Os advérbios formam uma classe gramatical de palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou outro advérbio. Trata-se de uma palavra invariável que indica as circunstâncias em que acontece a ação verbal. Os advérbios de intensidade também podem modificar adjetivos e advérbios. Mas o que são os advérbios de negação?
Índice
Os advérbios de negação
Chamamos de advérbios de negação um conjunto de palavras que pertencem à subclasse dos advérbios, podendo ser modificadores do grupo verbal ou de seus constituintes. Antigamente, de forma mais tradicional, apenas era considerado um advérbio de negação a palavra “não”, porém, nas gramáticas mais atualizadas, existem outros que também são aceitos.
- Não
- Tampouco
- Nem
- Nunca
- Jamais
Locuções adverbiais de negação
Algumas locuções de palavras também funcionam como advérbios de negação e são denominadas locuções adverbiais de negação.
- De modo algum
- De jeito nenhum
- De forma alguma
Estruturação
As construções de frases de negação têm a distribuição do advérbio feita de forma bastante objetiva e restrita, ocorrendo sempre em posição de adjacência à esquerda do verbo. Isso acontece mesmo quando se tratam de construções interrogativas que envolvem a inversão do sujeito com o verbo. Confira alguns exemplos.
“Ele (não) comprou flores para a namorada, ontem, para o Dia dos Namorados.”
“O que (não) comprou ele para a namorada?”
O advérbio, em construções de negação do grupo verbal, pode modificar qualquer constituinte do grupo verbal. O não, nesse caso, encontra-se adjacente ao constituinte modificado.
Modifica todo o grupo verbal:
“Ele não comprou flores para a namorada.”
Modifica o objeto direto
“Ele comprou à namorada (não flores), mas livros.”
Modifica o advérbio de tempo
“Ele comprou flores para sua namorada (não ontem), mas hoje.”
Modifica o objeto indireto
“Ele comprou flores ontem (não à namorada), mas à amiga.”
‘Nem’ e os advérbios de negação
O “nem” é considerado pela tradição gramatical da língua portuguesa como uma conjunção coordenativa correlativa apenas, que ocorre sempre em uma estrutura pré-determinada: “nem… nem.” (Nem flores, nem livros). Tem como função, portanto, correlacionar duas frases coordenadas, mas que são independentes sintaticamente falando.
Alguns autores atuais, no entanto, divergem nessa classificação, como é o caso de Antônio Borregana que, em sua gramática, classifica o “nem” em uma subclasse dos advérbios de negação, assim como o dicionário Houaiss da língua portuguesa. Confira alguns exemplos:
- “Nem pense em fazer isso.”
- “Nem imagina o sucesso que você faz.”
- “João, o aniversariante, nem conseguiu conversar com todos os convidados.”
- “Eu nem parei um minuto sequer.”