Algumas locuções de palavras também funcionam como advérbios de negação e são denominadas locuções adverbiais de negação.
As construções de frases de negação têm a distribuição do advérbio feita de forma bastante objetiva e restrita, ocorrendo sempre em posição de adjacência à esquerda do verbo. Isso acontece mesmo quando se tratam de construções interrogativas que envolvem a inversão do sujeito com o verbo. Confira alguns exemplos.
“Ele (não) comprou flores para a namorada, ontem, para o Dia dos Namorados.”
“O que (não) comprou ele para a namorada?”
O advérbio, em construções de negação do grupo verbal, pode modificar qualquer constituinte do grupo verbal. O não, nesse caso, encontra-se adjacente ao constituinte modificado.
“Ele não comprou flores para a namorada.”
“Ele comprou à namorada (não flores), mas livros.”
“Ele comprou flores para sua namorada (não ontem), mas hoje.”
“Ele comprou flores ontem (não à namorada), mas à amiga.”
O “nem” é considerado pela tradição gramatical da língua portuguesa como uma conjunção coordenativa correlativa apenas, que ocorre sempre em uma estrutura pré-determinada: “nem… nem.” (Nem flores, nem livros). Tem como função, portanto, correlacionar duas frases coordenadas, mas que são independentes sintaticamente falando.
Alguns autores atuais, no entanto, divergem nessa classificação, como é o caso de Antônio Borregana que, em sua gramática, classifica o “nem” em uma subclasse dos advérbios de negação, assim como o dicionário Houaiss da língua portuguesa. Confira alguns exemplos: