Geografia

Agrupamentos comerciais

Os agrupamentos comerciais são fenômenos que se intensificaram diante do processo de globalização [1], especialmente em sua vertente econômica, com uma compressão do espaço-tempo, ou seja, um teórico encolhimento do mundo.

Assim, a possibilidade de contato mais intenso e rápido entre as nações do globo, impulsionou também os acordos comerciais.

O que é um agrupamento comercial?

Moedas

Os agrupamentos fortalecem as relações comerciais entre os países membros (Foto: Freepik)

Os agrupamentos comerciais [6] são formas de fortalecer os mercados através de políticas e medidas que visam impulsionar a economia dos países que participam deste tipo de acordo.

Eles são muito comuns em um momento onde emergem múltiplas potências econômicas, após a existência de um mundo unipolar (Estados Unidos [7]) e um mundo bipolar (Estados Unidos e a União Soviética).

No momento atual da economia mundial, existem vários países com grande potencial econômico, bem como diversos agrupamentos que fortalecem as relações comerciais. 

Principais tipos de agrupamentos comerciais

Existem variados tipos de agrupamentos comerciais pelo mundo, sendo alguns dos mais importantes:

Áreas de livre-comércio

Bandeira Nafta

Estados Unidos, Canadá e México compõem uma área de livre-comércio (Foto: Reprodução | Wikimedia Commons)

São agrupamentos onde os países eliminam, de forma progressiva, as tarifas alfandegárias. Essa medida estimula o comércio entre estes países, fazendo com que os investimentos girem no interior do agrupamento.

É uma medida que visa conter também a intervenção dos países de fora do grupo, impulsionando o crescimento dos membros do grupo.

As relações com países de fora do agrupamento não são totalmente cortadas, já que muitas vezes há necessidade de importação e exportação junto destes, assim, preserva-se a autonomia dos países para que definam sua taxa alfandegária em relação aos externos.

Um dos exemplos mais conhecidos é o NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio [8]), do qual são parte os Estados Unidos, o Canadá e o México.

União aduaneira

Bandeira do Mercosul

Os países da América do Sul estão em bloco intitulado de União Aduaneira (Foto: Freepik)

Além de área de livre-comércio, há ainda o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC).

Assim, não há tarifas alfandegárias no interior do grupo, e para as relações com países de fora do grupo, é taxada uma tarifa única, de modo que todos os países atuem de forma igualitária neste sentido.

Deste modo, os produtos que serão importados terão a mesma tarifa alfandegária em todos os países do agrupamento. Um exemplo conhecido é o MERCOSUL (Mercado Comum do Sul [9]), do qual participam todos os países da América do Sul, seja como Estado Parte ou como Estado Associado.

Mercado Comum

Bandeira da União Europeia

A União Europeia é um exemplo de Mercado Comum (Foto: Pixabay)

Além de uma área de livre-comércio, tem-se também no interior do grupo uma área de livre movimentação de capitais e de pessoas, ou de investimentos e de trabalhadores.

Há, neste sentido, uma coordenação econômica e uma necessária harmonização da legislação dos países membros, de modo a abarcar a questão tributária, mas também trabalhista e previdenciária.

Um exemplo desse tipo de agrupamento é a União Europeia [10], cujos países fundadores são a Alemanha, a França, a Itália, os Países Baixos, a Bélgica e ainda Luxemburgo. A União Europeia é hoje o agrupamento mais conhecido no mundo todo pela sua expressividade.

União econômica e monetária

Este é considerado como o modelo mais complexo de integração, já que prevê a adoção de uma moeda única comum entre todos os países membros.

Ainda, a existência de um Banco Central que regulamente as questões econômicas no grupo, sendo criadas também organizações supranacionais comuns, como tribunais de justiça, conselhos de ministros etc.

São necessárias padronizações quanto às políticas econômicas e monetárias, visando-se uma igualdade de condições entre os países membros do agrupamento.

O exemplo existente no mundo desta modalidade de agrupamento é o da União Europeia, onde há o Banco Central Europeu (BCE) e adota-se o Euro como moeda comum.

Apesar disso, alguns pesquisadores não acreditam que haja uma total integração econômica e monetária na União Europeia e, por isso, defendem que esta modalidade (União econômica e monetária) ainda não exista no mundo efetivamente. 

Teoria da compressão tempo-espaço

Teoricamente a globalização carrega consigo a marca do “encolhimento” do mundo, onde as distâncias parecem ter se tornado menores.

O avanço do Meio Técnico-Científico-Informacional (conceito de Milton Santos) proporcionou o conhecimento sobre várias partes do mundo, bem como o contato entre os povos em quase todos os locais. Hoje tudo parece acontecer mais depressa.

Com base nesta concepção, o geógrafo britânico David Harvey, um dos maiores nomes da Geografia na atualidade, cunhou um conceito bastante importante para explicar as mudanças no mundo no contexto da globalização, a ideia de compressão do tempo-espaço.

Embora o espaço mundial não tenha de fato se tornado menor em suas dimensões reais, o que se percebe cotidianamente é que os espaços se tornaram mais compactados, e isso ocorre pelas mudanças em relação ao tempo que se leva no deslocamento de um local para outro.

A possibilidade de viajar de avião, ou mesmo da comunicação através da internet, oferece a impressão de que o mundo se tornou menor e de que todos estão próximos.

Assim, entende-se que o fenômeno da globalização ocasionou uma compressão do tempo em relação ao espaço pois, por meio das tecnologias, tornou-se mais efetivo o contato entre as várias partes do mundo em uma convergência de tempo.

Essa teoria está intimamente relacionada ao contexto dos agrupamentos comerciais, já que estes são fenômenos comuns em um mundo globalizado, onde as distâncias parecem ter encolhido.

A globalização apresentou ao mundo uma expansão dos progressos técnicos e científicos, principalmente a partir da segunda metade do século XX, onde foram criadas as bases da economia globalizada, com viés capitalista.

A globalização possibilitou a integração econômica dos vários países do mundo, tornando mais intensas as relações, formando as bases para a constituição de vários agrupamentos com finalidades comerciais.

O mundo passou muito tempo sob uma ordem unipolar sob predominância dos Estados Unidos, passando posteriormente por um período de ordem bipolar, com os Estados Unidos e a União Soviética.

Com o advento da globalização, intensifica-se uma ordem, ou um mundo, multipolar, chamado também de multilateralismo. Vários são os países que têm suas economias em expansão, e isso se reflete em uma nova organização do espaço mundial, uma nova ordem. 

Resumo do Conteúdo
Nesse texto você aprendeu que:

  • Os agrupamentos comerciais criam políticas e medidas que impulsionam a economia dos países membros.
  • Entre os principais tipos temos: Área de livre-comércio, União Aduaneira e Mercado Comum.
  • A área de livre-comércio elimina, de forma progressiva, as tarifas alfandegárias entre os membros.
  • A União Aduaneira, além de eliminar as tarifas alfandegárias, estipula a mesma tarifa para os produtos pelos membros.
  • O Mercado Comum, além de eliminar as tarifas alfandegárias, permite a livre movimentação de capitais, de pessoas, de investimentos e de trabalhadores.

Exercícios resolvidos

1- O que possibilitou os agrupamentos comerciais?
R: A globalização.
2- Qual a função dos agrupamentos comerciais?
R: Fortalecer os mercados através de políticas e medidas que visam impulsionar a economia dos países que participam deste tipo de acordo.
3- Cite um exemplo de Área de livre-comércio.
R: O Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA).
4- Cite um exemplo de União Aduaneira.
R: O Mercado Comum do Sul (Mercosul).
5- Cite um exemplo de Marcado Comum.
R: A União Europeia.
Referências

» BRASIL. Site Oficial do Mercosul. Saiba mais sobre o Mercosul. Disponível em: http://www.mercosul.gov.br/saiba-mais-sobre-o-mercosul [11]. Acesso em: 21 de novembro de 2017. 

» MARTINEZ, Rogério; GARCIA, Wanessa. Novo olhar: Geografia. São Paulo: FTD, 2013. 

» SILVA, Edilson Adão Cândido da. Geografia em rede. São Paulo: FTD, 2013.