Apesar de reconhecer que a maior parte dos competidores são homens, Juliana nunca se deixou intimidar. “As meninas têm capacidade de ganhar os mesmos prêmios que os meninos. Têm a mesma capacidade intelectual”, ressalta. “Mas, mesmo assim, acho que é bem desestimulada a participação das meninas nessas coisas de exatas desde criança. A menina, geralmente, fica brincando de casinha e os meninos já são mais estimulados a brincar com coisas que exigem mais lógica”, reitera. A jovem conta que prefere encarar esse fato como um desafio e resolver mais este “problema”.
A mais nova integrante do grupo que irá representar o Brasil na Suíça é Jamile Rebouças. A estudante tem 14 anos e cursa o nono ano do ensino fundamental no Colégio Farias Brito, em Fortaleza. Filha de professora de matemática, Jamile conta que o interesse pela disciplina foi despertado naturalmente em casa.
A jovem acredita que uma competição voltada apenas para mulheres pode atrair outras estudantes. “Eu acho fantástico existir uma olimpíada só para meninas porque é como se fosse um convite claro, direto, assim: ‘garotas venham para a matemática. Aqui é o seu lugar também’”, aponta. Jamile diz que, embora nunca tenha sofrido preconceito, principalmente, por sua família não cultivar as diferenças de gênero, ela vê o que muitas garotas passam. “Então, com a EGMO vai ficar mais claro que a matemática é algo tanto para meninas quanto para meninos”.
Mariana Groff mora em São Paulo e também vai representar o Brasil na Suíça. A gaúcha de 15 anos estudou em escola pública até o ano passado. Agora, está no segundo ano do ensino médio de uma escola particular. A adolescente, veterana em competições de matemática, contou que já foi a única representante feminina em algumas disputas. Mas entende que as vitórias têm estimulado cada vez mais outras estudantes. “Elas se uniram mais, começaram a criar um grupo para chamar mais meninas para competir. Há um movimento para que esse número aumente”, destaca.
Do Portal do Ministério da Educação