A má colocação de elementos, expressões ou sentenças pode comprometer a clareza do texto. Constantemente observamos o uso da linguagem plurissignificante com trocadilhos e jogos de palavra que procuram chamar a atenção do interlocutor para a mensagem transmitida. Isso, no entanto, somente deve ser feito por quem se julga apto para usar corretamente a ambiguidade, pois, caso contrário, pode acabar dando uma ideia completamente distinta que pode, inclusive, prejudicar a marca anunciante, por exemplo.
Entre os usos mais comuns de ambiguidade, encontramos os vícios de linguagem a seguir:
“O pai pediu ao filho que arrumasse o seu quarto”. Nesta frase não sabemos definir de quem era o quarto. Do pai ou do filho? Para corrigir, poderíamos fazer a seguinte alteração: “O pai pediu ao filho que arrumasse o próprio quarto”.
Caso ainda não tenha ficado claro, confira mais um exemplo: “Vi Carlos andando com seu carro”. Neste caso também não identificamos se o carro pertence ao Carlos, ou à pessoa a quem a mensagem foi dirigida. Corrigindo, a mensagem ficaria da seguinte maneira: “Vi Carlos andando com o carro dele”.
“A criança feliz foi ao parque”. Com essa frase, não sabemos dizer se a criança estava feliz por ir ao parque, ou se já estava assim antes. Para retirar a ambiguidade, alteramos para “Feliz, a criança foi ao parque”, restringindo as interpretações.
“A estudante falou com o garoto que estudava Ciências Sociais”. Ficou difícil dizer qual dos dois estudava Ciências Sociais, por isso, as seguintes alterações poderiam ser feitas para cada um dos casos: “A estudante de Ciências Sociais falou com o garoto” e “A estudante falou com o garoto do curso de Ciências Sociais”.
“O garoto reconheceu o vizinho frequentando o curso de espanhol”. Na frase, não sabemos identificar se o garoto reconheceu seu vizinho no curso de espanhol, ou reconheceu o vizinho que frequentava o curso de espanhol. Por isso, as seguintes alterações podem ser feitas para retirar a ambiguidade em cada um dos casos: “O garoto reconheceu o vizinho que estava frequentando o curso de espanhol”, ou ainda “O garoto, no curso de espanhol, reconheceu o vizinho.”