A América Latina é constituída por quase todos os países que estão localizados na América do Sul e na América Central, excetuando-se, no caso dos países sul-americanos a Guiana e o Suriname, e dos centro-americanos Belize, os quais são países originários de língua germânica. No caso da América do Norte, apenas o México é um país latino-americano, e dentre os países insulares da América Central são latino-americanos Cuba, Haiti e ainda a República Dominicana.
Em sua totalidade, são países considerados como latino-americanos a Argentina, a Bolívia, o Brasil, o Chile, a Colômbia, a Costa Rica, Cuba, o Equador, El Salvador, Guatemala, o Haiti, Honduras, o México, Nicarágua, Panamá, o Paraguai, Peru, a República Dominicana, Uruguai e ainda a Venezuela.
Veja também: [6]América do Sul
O relevo da América do Sul, onde está contida a ampla maioria dos países latino-americanos, pode ser dividido em três grandes complexos, sendo eles: porção Leste do subcontinente, ou seja, é aquela porção que está na costa do Oceano Atlântico. Nesta região estão contidos relevos formados por depressões, planaltos e serras, as quais não alcançam grandes altitudes.
São formações antigas, as quais foram sendo his’oricamente desgastadas pelos processos erosivos. Já na porção Central do subcontinente o relevo é formado por planaltos, chapadas e depressões, sendo destaques as planícies Amazônica, bem como as do Pantanal e da Platina.
A porção Oeste do subcontinente possui particularidades em relação ao relevo, com características montanhosas, as quais foram constituídas mais recentemente se comparadas com as formas do relevo Leste do subcontinente. Um exemplo clássico da formação do relevo Oeste da América do Sul é a Cordilheira dos Andes. O ponto mais elevado desta região é o Pico do Aconcágua, em território argentino.
A diversidade em relação ao relevo promove também modos diferentes de ocupação das populações no território, as quais desenvolvem modos de vida próprios aos ambientes nos quais se estabelecem.
Existem variações acerca de elementos físicos, como clima e vegetação, quando se fala em América Latina, isso porque os países que compõem este agrupamento não respeitam a questão estritamente geográfica, mas sim cultural. No entanto, a grande maioria dos países latino-americanos estão na América do Sul, sendo, portanto, caracterizados por uma vasta quantidade de tipos de climas e vegetações, por conta das grandes dimensões territoriais da América do Sul.
Veja também: América Central [7]
Os tipos climáticos predominantes na região são o Clima Tropical e o Clima Equatorial, excetuando-se as regiões montanhosas na porção Oeste do subcontinente, onde ocorre o Clima Frio de Montanha. Na porção Sul do Trópico de Capricórnio e na região Leste dos Andes, se desenvolve o Clima Subtropical.
Sendo que se desenvolvem ainda o Clima Semiárido e Desértico Frio na região da Patagônia argentina. A vegetação no subcontinente é correspondente ao tipo do clima existente no local, são comuns os biomas das Floresta Tropical e Equatorial, a Vegetação de Altitude, as Savanas, Cerrados e Caatingas, o Deserto, as Estepes e Pradarias e ainda as Florestas Temperada e Subtropical.
Os países latino-americanos passaram por um processo de industrialização tardia se comparados com os demais países do continente americano. Ou seja, são países que passaram por suas revoluções industriais mais tardiamente do que os países já considerados desenvolvidos.
São alguns dos mais expressivos países com industrialização tardia o Brasil, a Argentina e o México, os quais concentravam suas indústrias basicamente no setor de bens de consumo não duráveis, como artigos feitos com couro, produção têxtil, indústria alimentícia, dentre outras.
Após o contexto da Segunda Guerra Mundial, várias empresas multinacionais, especialmente norte-americanas e asiáticas, se instalaram nos territórios latino-americanos, por variados fatores como a mão-de-obra abundante e barata nos países da América Latina; a fragilidade dos movimentos sindicais no contexto, o que fazia com que os salários pudessem ser baixos, explorando ao máximo o trabalhador; as matérias-primas eram abundantes sem grandes limitações para exploração; o mercado consumidor estava se expandindo, por conta da ascensão de uma classe média urbana, um excelente público consumidor; construção de infraestruturas em países como Brasil (período da Ditadura), na Argentina e no México, facilitando os fluxos para a circulação de pessoas e capital e ainda pela própria necessidade do capitalismo de expandir sua atuação, visando sua sustentação como sistema.
Veja também: América Anglo-Saxônica [8]
No contexto mais recente, os países da América Latina ainda encontram dificuldades para se enquadrar no contexto da globalização em sua plenitude.
Os países emergentes são aqueles que encontram maiores facilidades de estabelecer relações internacionais, participando de alguns grupos econômicos mundiais, como o próprio BRICS, do qual o Brasil é parte.
A chamada Terceira Revolução Industrial, pautada em avanços da ciência, tecnologia e informação, tem encontrado limitações para ocorrer em alguns países latino-americanos, os quais ainda apresentam um desenvolvimento industrial restrito, pautando sua economia mais em atividades primárias, como a pecuária e agricultura, bem como o extrativismo mineral. As atividades dos países da América Latina ainda são muito pautadas em exportação, tornando-se dependentes do mercado externo.
» ADAS, Melhem. Geografia. 5 ed. São Paulo: Moderna, 2006.
» CARVALHO, Marcos Bernardino de; PEREIRA, Diamantino Alves Correia. Geografias do mundo. São Paulo: FTD, 2009.