Marsilio Ficino, filósofo neoplatônico florentino, usou o termo amor platonicus pela primeira vez no século XV, como um sinônimo de amor socrático. As duas expressões têm como significado o amor focado no caráter e na inteligência de uma pessoa, e não de suas características físicas.
Platão definia o amor como o afeto que existia entre Sócrates e seus discípulos, e só ganhou uma nova concepção com Sir William Davenant, que publicou em 1636 a obra Platonic Lovers, em que baseou-se na concepção de amor da obra O Banquete, de Platão. Por ele, o amor era visto como a raiz de todas as virtudes e da verdade.
Em seu texto “O Banquete”, Platão expôs a sua doutrina sobre o amor. O escrito relata uma festa na casa de Agatão, um poeta ateniense, onde Sócrates é o convidado mais importante. Por terem cometido exageros na festa anterior, os convidados sentiam-se fatigados, então Pausânias propôs que ao invés de beber na festa, discutissem. Dessa forma, Eriximaco sugeriu que todos fizessem elogios a Eros, fazendo discursos que louvassem ao deus do amor.
A partir disso, Sócrates então intervém: é preciso que, antes de falar sobre o bem causado pelo o amor, o amor em si seja definido. No texto, em meio às discussões, Aristófanes critica aos homens por sua insensibilidade diante de Eros, um deus tão amigável. Passou então a narrar o mito da unidade primitiva do homem. De acordo com o mito, existiam três gêneros que eram duplos de si mesmos: gênero masculino masculino, feminino feminino, e masculino feminino – chamado andrógino. Foram castigados pelos deuses, sendo divididos, passando a vida a procura de sua outra metade Dessa forma, ele explica o amor heterossexual e o amor homossexual.
Ele afirma que o amor é, nada mais do que o desejo e a procura da metade que perdemos devido à injustiça cometida contra os deuses, que separaram nossos gêneros originais em duas partes. Já Sócrates, em seu discurso, diz que o amor é algo que lhe falta e é desejado, pois ninguém sente falta de algo que já tem.