A fecundação pode ser interna ou externa, mas a maioria dos ovíparos realiza a fecundação interna, ou seja, as fêmeas depositam seus ovos já fecundados pelos machos.
Na fecundação externa, as fêmeas liberam os ovos ainda não fecundados, e os machos os fecundarão no ambiente, liberando assim, os espermatozoides em cima dos mesmos. Esse é o caso das rãs e de alguns tipos de peixes.
Quase todos os animais mamíferos [8] são vivíparos, ou seja, são gerados dentro do ventre materno.
Contudo, o ornitorrinco e o equidna são exceções. Apesar de serem mamíferos, com fêmeas apresentando glândulas mamárias e produzindo leite para alimentar seus filhotes, seus descendentes nascem de ovos. Por isso, são classificados como ovíparos.
O ornitorrinco [9] constrói tocas perto de rios, córregos e lagos na região leste da Austrália e na Ilha da Tasmânia.
O corpo desse animal é perfeito para nadar: os dedos das patas possuem membranas que facilitam o deslocamento debaixo d’água, sobras de peles cobrem seus ouvidos e olhos para proteger esses órgãos da água, seu nariz localizado no bico possui uma “tampinha” para evitar a entrada de líquido, e seu pelo não acumula água.
Ele é um mamífero, mas bota ovo. É carnívoro, mas tem hábitos aquáticos (ficando até dois minutos submersos).
A fêmea cava um túnel na terra quando está quase pronta para colocar seus ovos, tendo cerca de 30 metros de comprimento. Ela fecha a entrada do túnel e permanece lá dentro cerca de 10 minutos. Esse tempo é necessário para ela chocar um ou dois ovos.
Após 10 dias os filhotes nascem, são amamentados por aproximadamente quatro meses. O leite é liberado pelas glândulas e escorre pelas dobras da pele da barriga da mãe. Os filhotes começam a lamber o leite que se forma e só depois desse tempo, saem da toca para ver o sol pela primeira vez e nadar.
O equidna é um animal que se parece com um porco espinho. Ele coloca ovo, escava a terra e é mamífero.
Se alimenta basicamente de formigas, possuindo uma língua gosmenta e comprida, e a fêmea coloca apenas um ovo por vez.
Sua pele é coberta por espinhos, que são utilizados para se proteger de predadores – ele se vira em forma de bola quando se sente ameaçado.
Na época da reprodução, a fêmea coloca um pequenino ovo dentro de uma bolsa no abdômen, onde é chocado ali por cerca de 10 dias.
Quando o filhote nasce, ele permanece dentro da bolsa por sete semanas. Esse período é necessário para que seus espinhos se desenvolvam, ficando mais resistentes. Somente após esse processo ele sai de fato para viver a vida.
Os animais ovíparos apresentam suas vantagens e desvantagens. A vantagem é que o ovo contendo o embrião é depositado no meio ambiente, em ninhos, por exemplo.
Assim, não depende diretamente da mãe para se alimentar e se desenvolver, pois no próprio ovo já existem reservas nutritivas necessárias. Mesmo assim, as aves têm o hábito de sentar sobre seus ovos para mantê-los aquecidos.
A desvantagem está justamente na falta de proteção, pois o ovo exposto no ambiente é mais vulnerável aos ataques de outros animais. Sendo assim, muitas crias podem se perder no processo.
Além disso, há um gasto energético muito grande, pois a maioria dos ovíparos depositam muitos ovos, para que apenas alguns consigam sobreviver no ambiente.
De acordo com a espécie, os ovos são bem resistentes, apresentando uma casca rígida, mas alguns são mais maleáveis, se tornando presas fáceis e tendo uma alta mortalidade.
Como vimos anteriormente, os animais ovíparos são aqueles que as fêmeas depositam seus ovos no meio ambiente e o desenvolvimento é externo, ou seja, não acontece na barriga da mãe.
O embrião dentro do ovo possui todo material nutritivo necessário dentro dele até sua eclosão.
Nos animais ovovivíparos a fecundação é interna e o ovo é armazenado dentro do corpo materno durante todo o processo de desenvolvimento embrionário.
Quando acontece a eclosão, o filhote já é liberado fora do ovo. Exemplos de animais ovovivíparos: tubarão [10], algumas cobras e lagartos, alguns caracóis.
No caso dos animais considerados vivíparos, o embrião não é armazenado num ovo, mas sim diretamente dentro do organismo materno.
O feto é alimentado diretamente pela mãe e recebe oxigênio do sangue da mesma. Exemplos de animais vivíparos: ser humano, cachorros, coelhos, ou seja, mamíferos de modo geral.
FERREIRA, Joana Luís. “Estase Reprodutiva em Répteis Ovíparos“. 2013.
STEHMANN, Matthias FW. “Proposal of a maturity stages scale for oviparous and viviparous cartilaginous fishes (Pisces, Chondrichthyes)“. Archive of Fishery and Marine Research, v. 50, n. 1, p. 23-48, 2002.