Segundo a especialista, as pessoas não conseguiam entender como os animais podiam andar nessas condições noturnas. Hoje em dia, com o avanço das pesquisas, sabemos que isso ocorre devido ao grande número de células de bastonete em seus olhos. O pigmento presente nestas células é bastante sensível à baixa luminosidade e é produzido a uma taxa constante durante a noite, permitindo que estes animais enxerguem.
A autora sugere uma outra explicação para a má reputação que animais inocentes, como o sapo, ganharam. Possivelmente a atividade sexual do anfíbio durante a época de acasalamento pode ter sido desaprovada durante a religiosa Idade Média.
Muitas vezes a percepção negativa que temos sobre algum animal são projeções das nossas próprias imoralidades. A notícia boa é que, com o tempo, essas percepções são modificadas. Por exemplo a coruja, que já foi muito associada a elementos negativos, hoje é um grande símbolo de sabedoria.
O ativista dos direitos dos animais, Margo Demello, citou, em entrevista para o portal, outro exemplo de animais que previamente não gostamos: o coelho e a lebre.
Hoje em dia consideramos como animais fofos e inocentes, mas na Suécia, no início do século 18, existia uma crença popular de que as bruxas se transformavam em lebres e sugavam o leite das vacas até secarem.
“Parece extraordinário e ridículo, mas há casos judiciais reais em que as mulheres foram julgadas e condenadas no testemunho espectral de seus vizinhos”, diz Demello.