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Anos de chumbo

O período de maior repressão durante a Ditadura Militar Brasileira recebeu o nome de anos de chumbo. Seu início se deu com o Ato Institucional 5 no ano de 1968 e durou até março de 1974, até o final do governo Médici.

Como começaram os anos de chumbo?

Médici pertencia a um grupo conhecido como “linha dura” que fazia parte das Forças Armadas. Os ideais deste grupo eram o aumento da repressão e da antidemocracia. Com o falecimento de Costa e Silva, Médici foi eleito pela junta militar – responsável pelo governo do país – e governou durante o período que ficou conhecido como “Milagre Econômico”. O período recebeu este nome pois os produtos nacionais que eram comercializados foram valorizados e, com isso, houve um aumento no PIB do Brasil. Médici, com isso, teve um mandato marcado pela estabilidade econômica ajudando a manter a população alheia a repressão e a tortura que eram conduzidas pela ditadura.

Com uma imagem de país próspero, forte e progressista, o Brasil passava pelo governo mais duro e repressivo de todos, inclusive de todo o Regime Militar.

Anos de chumbo

Foto: Reprodução

Características do período

O período foi marcado por uma imensa repressão e censura de todos os meios de comunicação envolvendo jornais, revistas, livros, peças de teatro, filmes, músicas e outras formas de expressões artísticas. Devido à essa repressão e censura, muitos dos feitos artísticos levaram décadas para serem, finalmente, publicados sem cortes.

A censura fazia com que poucos, além dos perseguidos devido à censura, soubessem do que realmente acontecia no país. Isso devido à imagem de país próspero, graças ao “Milagre Econômico”. As informações verdadeiras não chegavam até a mídia, impedindo a visão dos problemas por parte da população.

Houve uma forte investigação dos suspeitos de ir contra a ditadura, além da prisão, tortura e exílio de professores, artistas, músicos e políticos que demonstravam seus ideais contra o regime.

Neste período, com tanta injustiça, surgiu a resistência civil e, entre essa resistência, encontrava-se a guerrilha rural, que era uma estratégia do PC do B. Também conhecida como Guerrilha Araguaia, a luta teve início nas partes mais isoladas do Brasil chegando, posteriormente, aos grandes centros. O Destacamento de Operações e Informações e Centro de Informações de Defesa Interna – DOI-Codi –, que era na época o principal centro de investigação e repressão usado pelo governo militar, capturou e identificou muitos dos participantes da guerrilha e, entre suas paredes, estes presos foram violentados, torturados e mortos, além de registrados como desaparecidos.

Aqueles que eram mortos nas celas, eram registrados como desaparecidos para que o governo conseguisse esconder a sujeira decorrente do regime militar.