A apropriação cultural também tem sido vista como mote de resistência à sociedade dominante. Em sociedades onde a minoria alterar aspectos da cultura dominante para afirmar a sua agência e resistência, até como forma de protesto, passa a existir um novo rumo. Isso é exemplificado na novela Crick Crack, Monkey por Merle Hodge quando aqueles que são colonizados apropriando da cultura dos colonizadores. Essas formas de apropriação também ganham espaço na história, vista com bons ou maus olhos.
Nas vias de fato, usar turbantes ou dreads é outra forma de apropriação cultural. No caso, o turbante é um ornamento de símbolo religioso em várias culturas. Ele evidenciava a ligação dos negros escravizados com seus costumes originais e representava a resistência. Devido à moda, ele passou a ser usado com mais ênfase no dia-a-dia de algumas pessoas. No caso do dread, ele é característico em indianos, africanos e outras culturas não-ocidentais. Apesar do status de “beleza natural” que acabou ganhando, seu uso está diretamente ligado às tradições.
No Brasil, é comum que as pessoas sejam influenciadas por modismos. No caso de uma telenovela, por exemplo, onde o enredo é criado em torno da cultura de um determinado povo, devido ao alcance que o meio propicia, não é difícil ver as pessoas usando determinada vestimenta ou comungando de costumes. Mesmo que temporária, essa é uma forma de apropriação cultural. Porém, não levada ao pé da letra, já que essa apropriação tem prazo de validade.
Além dos modismos passageiros, a música também é um viés que dita a identidade de um povo. No Brasil, dependendo da região, o ritmo apresenta papel importante nessa forma de identificação. Porém, pela facilidade no acesso, a comunicação entre as culturas passou a ser mais intensa. Sinônimo da globalização? Alguns autores que discorrem sobre o tema não identifica esse intercâmbio dessa forma. Ideias controversas sobre o mesmo tema, faz com que a apropriação cultural não passe de mera hipocrisia, sem os conceitos que fazem firmar a identidade.