O fosfato inorgânico pode ser substituído pelo arseniato no passo da glicólise que resulta na produção 1,3-bisfosfoglicerato, produzindo antes 1-arseno-3-fosfoglicerato. A molécula, instável, é fácil e rapidamente hidrolisada e forma o próximo intermédio do processo, o 3-fosfoglicerato. A glicólise, dessa forma, acontece, mas perde-se a molécula de ATP que seria gerada a partir de 1,3-bisfosfoglicerato. A toxicidade do arseniato explica-se pelo fato de ele ser um desacoplador da glicólise.
Mas atenção: não se deve fazer confusão entre o elemento químico arsênico e seus derivados com um de seus compostos, o trióxido de arsênio – mais conhecido como arsênico -, pois este é um dos mais poderosos venenos conhecidos, e sua intoxicação é imediata. Apesar de o corpo tentar expulsar por meio de vômitos e diarreia, a absorção é mais rápida, podendo causar falência cardíaca que leva ao óbito. As doses consideradas letais são variadas, pois cada organismo possui tolerâncias diferentes. O corpo pode adquirir tolerância, desde que em dosagens baixas.
Existem no meio ambiente algumas espécies de bactérias que obtêm sua energia por meio da oxidação de combustíveis. Enquanto isso, por meio das enzimas arseniato redutases reduzem arseniatos para formar arsenietos. Algumas bactérias, ainda, descobertas no ano de 2008, usam uma versão da fotossíntese que utiliza arsenietos para produzir arseniatos, da mesma forma como a fotossíntese usa a água, produzindo oxigênio molecular. Acredita-se que, historicamente, os organismos fotossintéticos produziram os arseniatos, permitindo o desenvolvimento das bactérias que eram redutoras do arseniato.