É importante ressaltar que a adesão do estilo à lógica industrial ocorre por meio da subversão de certos princípios básicos à produção em série. Ao estreitar arte e indústria, o Art Nouveau revaloriza a beleza, colocando-a ao alcance de todos.
A natureza e suas imagens eram muito valorizadas no período, sendo retratadas com linhas em movimentos e arabescos, complementados pelos tons frios.
O processo de industrialização [5] ocorrido no século XVII foi responsável por diversas transformações na Europa. A chamada Segunda Revolução Industrial [6] baseou-se na produção de energia elétrica e de aço em larga escala.
Nesse período, se estabeleceram as comunicações, e o desenvolvimento da tecnologia permitiu a criação de um mercado de massas. Ao longo do processo, crescia um grande interesse em conciliar a alta demanda das manufaturas com as limitações do trabalho artesanal.
Se, por um lado, as cidades começavam a sofrer as consequências do crescimento populacional [7], por outro, a ascensão das classes sociais burguesas auxiliaram o desenvolvimento do liberalismo e de uma geração sedenta pela renovação das estruturas sociais.
Além disso, muitos críticos de arte mostraram-se contrários ao processo de interferência que o capitalismo industrial trazia às artes. Isso porque, a padronização podia acabar com as formas livres e originais que guiavam as manifestações artísticas naquela época.
Nesse contexto, considera-se que a Art Nouveau originou-se na reação aos ditames da sociedade industrial, surgindo como uma resposta às necessidades de expressão dos artistas da época, que desejavam um estilo de vida moderno.
John Ruskin, crítico de arte influente da Inglaterra, surge em defesa do trabalho de artesãos do período medieval, exaltando a importância de uma arte verdadeira que somente seria possível com a liberdade de criação.
Estilisticamente, o estilo pode ser associado ao movimento inglês Arts & Crafts, à espiritualidade do movimento do Simbolismo [8] e aos padrões de entrelaçamento encontrados na arte celta tradicional.
Surgido na década de 1890, na França, o Art Nouveau firmou-se quando uma nova geração de decoradores e artesãos criou um novo tipo de concepção de desenho entre os ornamentos e formas arquitetônicas.
Com influência global, a Arte Nova esteve muito em voga durante o período conhecido por Belle Époque. O qual trata-se de um momento de otimismo e grande desenvolvimento material, intelectual, artístico e científico.
O estilo da Arte Nova é pouco representativo no Brasil, e se aplicava principalmente na pintura decorativa e na arquitetura [9]. É possível apontar alguns exemplos nas grandes cidades do país, como a Vila Penteado, em São Paulo, do engenheiro Karl Ekman.
Outros exemplos são o Viaduto Santa Ifigênia, a Estação de Mayrink e o Teatro Amazonas, dentre outros.
A Arte Nova também teve influência no movimento modernista brasileiro [10], podendo ser percebida nas obras de John Graz e Antonio Gomide.
Confira a seguir alguns dos principais artistas deste estilo artístico:
“ART Nouveau“. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo909/art-nouveau. Acesso em 9 de maio 2018. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Art-Nouveau (1880-1914): contexto“. Disponível em: http://www.ufrgs.br/historiadaarquitetura/movimentos-de-renovacao-1/art-nouveau-1880-1914-contexto-1. Acesso em 9 de maio 2018.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “O Art-Nouveau no Brasil“. Disponível em: ufrgs.br/historiadaarquitetura/movimentos-de-renovacao-1/art-nouveau-1880-1914-contexto-1/brasil. Acesso em 9 de maio 2018.