Inspiradas pelos pensadores iluministas, como Jean-Jacques Rousseau, que defendia um estado democrático e igualitário para todos, as mulheres formaram diversos grupos em todo o mundo para lutar por seus direitos de cidadã, que só começaram a ser alcançados no século XX.
Na época da Revolução Francesa, havia um documento que garantia a integridade social dos homens, a chamada Declaração dos direitos do homem e do cidadão.
Em contrapartida, a escritora Olympe de Gouges redigiu como complemento à Declaração dos direitos das mulheres e da cidadã. Isso se tornou suficiente para ela terminar na guilhotina.
A partir da coragem de Gouges, outras mulheres desempenharam um forte papel na história de luta pelos seus direitos. Esse foi o caso da escritora inglesa Mary Wollstonecraft, que em 1792 publicou o ensaio considerado percursor do movimento feminista, Uma defesa dos direitos da mulher.
Lamentavelmente, os membros do parlamento e até mesmo a própria rainha Vitória se colocaram contra as ideias de igualdade de gênero defendidas no projeto. Porém, o movimento trabalhista e alguns intelectuais liberais apoiaram a causa.
Esses dois manifestos e os ideais iluministas foram essenciais para a formação de grupos femininos preparados para transformar as suas sociedades.
O final do século XIX e todo o século XX ficam, portanto, marcados pelas vitórias das mulheres ao que se refere ao direito do voto.
Nova Zelândia foi o primeiro país que se rendeu às lutas femininas. Através do movimento criado por Kate Sheppard, em 1893, a nação autorizou que as mulheres pudessem participar das eleições e assim ajudassem a decidir o futuro do Estado.
As próximas transformações só ocorreriam em 1918, no Reino Unido, quando foi instalado a autorização que mulheres maiores de 30 anos tivessem direito ao sufrágio. Dois anos mais tarde, a idade foi reduzida para 21.
Entretanto, a lutas das britânicas não foi tão fácil. Com o início em 1903, elas formaram a Women’s Social and Political Union (União Social e Política das Mulheres), órgão que tinha como objetivo alcançar os direitos femininos na política e na sociedade.
Para tanto, as integrantes fizeram greve de fome e diversos protestos, foram fortemente reprimidas.
Durante a Primeira Guerra Mundial, o movimento foi extinto mas, ao mesmo tempo, o conflito gerou oportunidades para que as mulheres demonstrassem os seus valores e entrega à pátria, foi quando asseguraram seus direitos.
Além do Reino Unido, outro país que conseguiu a permissão do voto feminino foi a Alemanha, em 1919, também após a grande guerra.
Um ano antes (1918) o Canadá já tinha dado esse direito às mulheres e em 1920 os Estados Unidos. O equador, por sua vez, autorizou o sufrágio feminino em 1929, seguido da Espanha (1931) e do Brasil (1932).
Outros países que permitiram o voto das mulheres no século XX foram: Guatemala (1945); Argentina e Venezuela (1947); Chile e Costa Rica (1949); México (1953); Paraguai (1961); Suíça (1971).