A maior fraude que envolve carros e meio ambiente eclodiu recentemente.
Em 2016, um grupo de pesquisadores descobriu que a Volkswagen havia instalado em 11 milhões de carros um software para fraudar o resultado de testes de laboratórios. O mecanismo omitia a quantidade exata de emissão de gases poluentes.
Na prática, o programa reduzia o resultado dos testes em 40 vezes a quantidade real de emissões.
Quando o carro era analisado em laboratório, a emissão estava dentro das leis, mas quando o carro era testado nas ruas, ele revelava-se ser muito poluente. Ou seja, o software burlava os computadores dos laboratórios oficiais.
A fraude foi desmascarada e o escândalo ganhou os noticiários. As ações da Volkswagen perderam mais de 40% de valor, e os prejuízos são enormes: multas, devoluções de veículos e uma crise interna que atingiu fábricas nos Estados Unidos e na Europa, sede da marca.
Até agora os danos para a imagem e cofres da companhia ainda estão sendo contabilizados.
Uma auditoria independente identificou que a Toshiba supervalorizou os seus lucros durante 7 anos. Os valores ultrapassam os mil milhões de euros durante esse período.
A fraude foi justificada sob a alegação que as metas traçadas pela companhia eram impossíveis de serem alcançadas. Portanto, diversos setores da empresa passaram a inflar os seus resultados, a fim de receber aprovação.
Mais de 400 mil acionistas foram enganados e o resultado foi a renúncia e punição de mais de 30 executivos e a mudança geral na direção da japonesa.
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É claro que a maior estatal brasileira iria compor na lista das maiores fraudes já ocorridas no mundo. A Petrobras foi envolvida em uma série de escândalos que vieram a público a partir de 2014.
O ‘Petrolão’, como ficou conhecido, revelou casos de subornos para o fechamento de contratos e uma rede de corrupção dentro da maior empresa brasileira.
Ao todo, estima-se o prejuízo de 1,9 mil milhões de euros. Lava Jata é o nome da operação investigativa que revelou o escândalo.
O HSBC já se envolveu recentemente em dois escândalos mundiais. O primeiro foi a revelação de que o banco apoiava carteis de drogas na América do Sul facilitando a lavagem de dinheiro desses criminosos. A marca foi punida em 2013.
Mas isso não foi suficiente para manter a marca longe de encrencas. A filial suíça mantinha esquemas com clientes para burlar as leis e fazer com que eles não pagassem impostos e ocultasse seus reais investimentos. Tudo ainda segue em investigação.
A marca alemã atua em segmentos diversos. Ela fez alguns contratos fraudulentos durante os jogos olímpicos da Grécia em 2004. Houve subornos e suspeita de branqueamento de capitais.
Esse último é a dissimulação da origem ou do proprietário real dos fundos, dos proventos resultantes de atividades ilícitas, dando-lhes uma aparência de legalidade. É a tradicional lavagem de dinheiro.
Por isso, a companhia pagou 330 milhões de euro ao governo de Atenas. Outros 1,6 mil milhões de euros também foram pagos aos Estados Unidos e outros países da Europa por corrupções em contratos.
A companhia inglesa mantém uma plataforma petrolífera no Golfo do México. Em 2010, uma explosão sem precedentes poluiu as águas, principalmente as que cortam o território norte-americano.
Então, deu-se início a uma verdadeira descoberta de fraudes e falta de compromisso da BP com a segurança e meio ambiente. Os resultados foram vários processos a acusaram de negligência e má conduta intencional.
Foram 17 mil milhões de euros pagos aos Estados Unidos.
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A empresa de energia americana ficou em más lençóis depois que a imprensa suspeitou do seu real patrimônio. A Enron escondia dívidas e fracassos dos seus investidores.
Assim que seus crimes começaram a ser descobertos, a marca foi processada por acionistas e suas bolsas começaram a cair. Em 2001, ela decretou falência e alguns dos seus executivos foram presos.
Essa fraude contribuiu para mudar as regras de contabilidade americanas, que passaram a ser mais rígidas e controladas para evitar golpes ao sistema financeiro e contábil de outras corporações.
A marca italiana também já se meteu em muitas confusões. Em 2003, a empresa foi desmascarada quando alguns investigadores descobriram que os fundos financeiros não estavam resguardados como se acreditava.
As acusações resultaram em grande esforço da multinacional para esconder os seus crimes, como o sumiço e destruição de arquivos digitais. Mas de nada adiantou, a empresa deve alguns dos seus diretores presos e enfrentou um débito de 14 mil milhões de euros.
No Brasil, a Parmalat também já sofreu acusações de adulterar o leite com soda cáustica e água oxigenada.