Antônio Vicente Mendes Maciel nasceu na Vila do Campo Maior, em Quixeramobim, no estado do Ceará, no dia 13 de março de 1830. Desde muito jovem assumiu responsabilidades quando a mãe morreu. Mais velho, aos 27 anos, também perdeu o pai e passou a ser responsável pelas quatro irmãs.
Para isso, assumiu o negócio do pai, mas não obteve sucesso. Então deu início a um trabalho em um cartório. Depois disso, casou-se, mas foi logo abandonado pela mulher.
A partir dessa decepção, ele começou a se destacar na vida de pregação e iniciou sua peregrinação pelo Nordeste. Sua fama de curandeiro logo se propagou e, em pouco tempo, passou a ser considerado pelo povo menos abastado como uma pessoa enviada por Deus.
Fama de curandeiro e conselheiro
Em 1874, Antônio Conselheiro, como passou a ser chamado, decidiu fixar residência no sertão da Bahia. Nesse local, ele fundou o Arraial do Bom Jesus, localizado na vila de Itapicuru de Cima.
A concentração de seguidores de Antônio Conselheiro em busca de milagres e conselhos incomodou o bispo católico da Bahia que decretou uma proibição para os fiéis católicos.
O comportamento de Antônio Conselheiro o levou, inclusive, a quase ser internado em um hospício no Rio de Janeiro. O líder baiano só não ficou internado porque não tinha vaga.
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Livre novamente, em 1893, Antônio Conselheiro ganhou mais destaque nacional quando convocou seus seguidores a queimar os editais que autorizavam a cobrança de impostos nas cidades do interior. Isso levou a polícia a entrar em confronto com os fiéis, que saíram vitoriosos, mas tiveram que deixar o acampamento.
A Guerra de Canudos
Fugindo da polícia, Antônio Conselheiro e seus seguidores conseguiram se refugiar em uma fazenda chamada de Canudos, que ficava às margens de um rio, ao norte do estado da Bahia.
Com o passar dos anos, a comunidade de Canudos se desenvolveu e passou a ser sustentável com suas próprias hortas, gado e comércio. Enquanto isso, as autoridades como a polícia, igreja e governo não enxergam com bons olhos o desenvolvimento do grupo liderado por Antônio Conselheiro.
Finalmente, em 1897, a polícia conseguiu pôr em prática a sua invasão ao povoado de Canudos que sofreu a maior baixa com grande parte do seu exército dizimada. A batalha final ocorreu em 05 de outubro de 1897. O saldo foram milhares de seguidores de Antônio Conselheiro mortos, inclusive o seu próprio líder, que foi decapitado.
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Os sertões, de Euclides da Cunha
A história de resistência do povo de Canudos e do seu líder ficou conhecida por conta do autor Euclides da Cunha que escreveu a primeira grande reportagem brasileira em seu livro chamado ‘Os sertões’, publicado em 1902.