No decorrer de sua vida, Augusto dos Anjos publicou vários poemas em jornais e periódicos. No ano de 1912, o poeta publicou o seu único livro, intitulado “Eu”, que causou espanto nos críticos daquela época, devido ao uso de uma linguagem cientificista-naturalista e com temas como cadáveres fétidos, vermes famintos e podridão da carne. Em 1914, o poeta Augusto dos Anjos foi nomeado diretor do Grupo Escolar Ribeiro Junqueira, na cidade de Leopoldina, Minas Gerais, para onde se mudou. No dia 12 de novembro de 1914, Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos faleceu, ainda bem jovem (30 anos de idade), após uma enfermidade pulmonar.
A obra de Augusto dos Anjos é extremamente original, e o poeta é considerado um dos poetas mais críticos de sua época. As suas poesias trazem características marcantes de sentimentos de desânimo e pessimismo, além da inclinação para a morte. Estruturalmente, os poemas de Augusto dos Anjos apresentam rigor na forma e elevado conteúdo metafórico, sem ter apenas características simbolistas ou parnasianas. Por isso, Augusto dos Anjos pode ser considerado um poeta de transição. Utilizando-se de palavras consideradas estranhas e inadequadas, o poeta criou efeitos sonoros e rítmicos. Em sua obra, o poeta exprimiu o seu pessimismo, a angústia e a incerteza diante de um novo século. Outra característica bastante marcante de sua obra é a utilização de um vocabulário originário das Ciências Biológicas, tratando de temas como a morte e a decomposição da matéria, expressando, assim, uma visão trágica da existência.
A obra poética de Augusto dos Anjos está reunida em um único livro, “Eu”, publicado em 1912, e reeditado com o nome “Eu e outras poesias”. Um de seus mais conhecidos poemas é o intitulado “Versos Íntimos”.