Porém, o Império Romano enganou-se ao pensar que iria calar a viúva. Boadicea reuniu forças e tropas e partiu para cima dos poderosos com um objetivo: libertar o povo e o território das mãos romanas.
Desta forma, Boadicea conseguiu conquistar lugares inteiros que estavam sobre o domínio dos inimigos. Entretanto, as vitórias viriam a sofrer um grande abalo quando o exército romano preparou uma emboscada e conseguiu cercar as tropas celtas lideradas por Boadicea.
Veja também: Quem foram os celtas e qual a sua influência na cultura atual [1]
O resultado foi um dos confrontos mais violentos no Império Romano que se tem notícia até os dias de hoje. Cerca de 80 mil celtas morreram no combate. O exército de Boadicea teria sido simplesmente dizimado.
A história de Boadicea foi narrada por dois historiadores. O primeiro foi Tácito e, depois, Dião Cássio. Esse último descreveu Boadicea da seguinte forma: “Boadiceia era alta, terrível de olhar e abençoada com uma voz poderosa. Uma cascata de cabelos vermelhos alcançava seus joelhos; usava um colar dourado composto de ornamentos, uma veste multicolorida e sobre esta um casaco grosso preso por um broche. Carregava uma lança comprida para assustar todos os que lhe deitassem os olhos”.
E são esses dois historiadores que nos apresentam dois finais tristes para a rainha e guerreira Boadicea. Tácito afirma que depois da derrota do seu exército, sua líder teria tomado veneno e se matado.Já Dião conta que Boudicea não se matou, mas sim morreu no ano seguinte da derrota para o Império Romano de alguma doença.
Veja também: Crise do Império Romano – História [2]
Por volta do século 16, Elizabeth I resgatou a história de Boadicea que era pouco conhecida à época e isso ajudou a rainha guerreira a se firmar no imaginário inglês. Em 1902, foi feita uma estátua segurando uma lança, comandando uma biga (espécie de carro de guerra com duas rodas movida por cavalos). A obra permanece até hoje próximo à ponte de Westminster, sobre o rio Tâmisa, de frente para as Casas do Parlamento, em Londres.